Faltando apenas um dia para as eleições presidenciais nos Estados Unidos, as média das pesquisas de intenção de voto desenham um cenário disputadíssimo nesta segunda-feira, 4, indicando que a corrida entre o republicano Donald Trump e a democrata Kamala Harris está cada vez mais acirrada.
Na história das pesquisas eleitorais modernas, nunca houve uma corrida em que os dados da reta final mostrassem um cenário tão apertado.
Tanto em nível nacional quanto nos principais estados-chave para os resultados deste ano – os chamados swing states, onde as preferências entre democratas e republicanos se alternam como um pêndulo –, nem ela nem ele têm vantagem de mais de um ponto percentual.
Além disso, nenhum dos candidatos detém superioridade significativa em estados suficientes para ganhar os 270 votos do Colégio Eleitoral, necessários para a vitória. O sistema americano distribui votos entre os cinquenta estados de maneira proporcional ao tamanho de suas populações.
Em 2016 e 2020, as pesquisas subestimaram Trump. Mas em 2012, elas subestimaram o candidato democrata, Barack Obama, e em 2022 os democratas superaram as médias das pesquisas em várias disputas importantes das midterms, eleições legislativas e estaduais fincadas no meio do mandato presidencial. O mistério, porém, é para que lado as pesquisas deste ano poderiam estar erradas, se estiverem.
Nível nacional x estados-chave
De acordo com a média de pesquisas do jornal americano The New York Times, Harris tem vantagem de um ponto sobre Trump (49% a 48%), cenário praticamente idêntico à semana passada. Já o agregador de levantamentos FiveThirthyEight mostra a democrata com 47,9% dos votos, apenas 0,9 ponto percentual acima do adversário. Há exatamente uma semana, sua superioridade na média das pesquisas era de 1,4 ponto percentual.
A revista britânica The Economist, por sua vez, diz que há exatamente 50% de chance de cada um dos dois vencer amanhã, de acordo com seu modelo de previsão dos resultados. Em relação aos votos do Colégio Eleitoral, os democratas aparecem com uma vantagem quase inexistente: o modelo prevê que Harris consiga 270 votos e Trump, 268.
A eleição será decidida nos sete estados-chave: Arizona, Geórgia, Michigan, Nevada, Carolina do Norte, Pensilvânia e Wisconsin. Pesquisas recentes do NYT mostraram que a democrata tem ligeira superioridade em Nevada, Carolina do Norte e Wisconsin, e o republicano tem mais força no Arizona. Os outros três estados têm cenários de empate, segundo os levantamentos.
Harris tem uma vantagem de 8% entre aqueles que já votaram antecipadamente, enquanto Trump está à frente entre aqueles que dizem que provavelmente ainda irão às urnas.
Muitos democratas estão preocupados de que Trump esteja preparando o terreno para uma série de contestações judiciais aos resultados das urnas, em sinal de que o ex-presidente acha que Harris pode vencer a eleição.