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O que esperar do debate entre Tim Walz e J.D. Vance, candidatos à vice-presidência dos EUA

Embate de 90 minutos acontece nesta terça-feira, 1, às 22h (no horário de Brasília)

Por Paula Freitas Atualizado em 1 out 2024, 21h10 - Publicado em 1 out 2024, 12h01
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  • Após o esperado debate entre a vice-presidente dos Estados Unidos, Kamala Harris, e o ex-presidente Donald Trump, em setembro, chegou a vez dos seus companheiros de chapa se enfrentarem: o senador J.D. Vance, do lado republicano, e o governador de Minnesota, Tim Walz, do democrata. O embate de 90 minutos será feito pela emissora americana CBS News nesta terça-feira, 1, às 22h (no horário de Brasília).

    Na falta de um novo debate Harris-Trump, espera-se que este seja o último bate-boca da agitada temporada eleitoral rumo à Casa Branca, marcada por dois atentados contra o candidato republicano e pela saída do presidente Joe Biden do páreo. O enredo, no entanto, pode parecer familiar aos americanos que decidirem ligar a televisão — o número deve ser bem abaixo dos 67 milhões de espectadores do último confronto, como de praxe no cenário dos EUA. O foco é convencer, claro, os eleitores indecisos.

    Seguindo os passos do chefe, Vance já anunciou que o alvo das suas críticas mais duras será Kamala, não Walz. A ideia deste embate é fortalecer as propostas — ou os ataques, na linha de raciocínio trumpista — apresentadas pelos candidatos à presidência e seus respectivos partidos.

    O vice de Trump também é conhecido pelo conservadorismo nos temas mais diversos, incluindo questões relacionadas a direitos reprodutivos e a polêmica teoria da conspiração liderada pelo ex-presidente de que imigrantes haitianos estão comendo animais de estimação em Ohio.

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    J.D e Tim: Quem são?

    Ao contrário de outros nomes cotados, Vance não é trumpista de carteirinha e já teceu duras críticas ao agora aliado. Em meio às eleições de 2016, o financista escreveu a Josh McLaurin, membro do Senado da Georgia, que não sabia se Trump era “um babaca cínico como Nixon, que não seria tão ruim (e pode até ser útil)” ou “Hitler da América”.

    O jogo virou durante a sua candidatura para o Senado, em 2022, quando declarou seu arrependimento e caiu nas graças do ex-presidente, sendo eleito três semanas depois com o seu apoio. Entre a agenda compartilhada com o candidato republicano está a insatisfação com os gastos americanos com guerras, como os bilhões dados à Ucrânia, e a entrada de imigrantes ilegais pela fronteira com o México.

    Em contrapartida, Walz tem histórico progressista em Minnesota, onde colocou o direito ao aborto na lei estadual. No estado, que tem histórico conservador, ele foi elogiado por conseguir aprovar medidas progressistas, como programas educacionais que cobririam mensalidades em universidades para estudantes de baixa renda, oferta de refeições gratuitas em escolas públicas e a legalização da maconha recreativa para adultos.

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    Criticado por republicanos, o político de 60 anos ironizou em entrevista à emissora americana CNN no mês passado: “Que monstro! As crianças estão comendo e tendo barrigas cheias para que possam ir estudar, e as mulheres estão tomando suas próprias decisões de saúde, e somos um dos cinco principais estados empresariais, e também estamos classificados entre os três primeiros em felicidade”.

    + Quem é Tim Walz, escolhido como vice por Kamala para chapa democrata

    O que esperar do debate

    Walz, que recebeu o apelido de “labrador humano” pelo carisma, tentará mostrar um lado “gente como a gente”, em uma tentativa de tirar Vance do sério, assim como Kamala fez com Trump. Em comício, o colega de Harris criticou o rival pelo histórico controverso, dizendo: “J.D. estudou em Yale, teve sua carreira financiada por bilionários do Vale do Silício e então escreveu um best-seller destruindo aquela comunidade”.

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    Ele também pressionará Vance a arcar com uma declaração de 2021, quando disse que democratas são “um bando de mulheres sem filhos e infelizes com suas próprias vidas” — frase utilizada pela cantora americana Taylor Swift, como forma de provocação, ao declarar publicamente o apoio à candidatura de Kamala, em publicação nas redes sociais.

    “Para Walz, é uma oportunidade de se apresentar a muitos americanos que ainda não sabem quem ele é, e reforçar uma mensagem de Harris de classe média, baixo drama e soluções razoáveis”, disse Peter Loge, professor associado e diretor da Escola de Mídia e Assuntos Públicos da Universidade George Washington, ao portal americano Business Insider.

    Vance, por sua vez, atacará com afinco o Partido Democrata, a quem atribui culpa pelos atentados contra Trump. “A grande diferença entre conservadores e liberais é que ninguém tentou matar Kamala Harris nos últimos meses e duas pessoas tentaram matar Donald Trump nos últimos meses”, afirmou anteriormente. Ele levantará bandeiras defendidas pelo republicano, forçando Walz a defender o histórico econômico e político do governo Biden-Harris.

    “Vance tinha um perfil nacional mais alto antes de se tornar companheiro de chapa de Trump, mas ele ainda tem uma chance de talvez se redefinir um pouco com os eleitores”, acrescentou Loge. “Mas principalmente para reforçar a abordagem de Trump à imigração, à economia e à identidade americana.”

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