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O que há por trás da viagem de Lula à China

Presidente embarcou em avião com destino a Pequim nesta terça-feira, 11, onde se encontrará com o líder chinês, Xi Jinping

Por Amanda Péchy
Atualizado em 11 abr 2023, 15h27 - Publicado em 11 abr 2023, 13h31

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) embarcou, na manhã desta terça-feira, 11, para a China. A viagem gera grande expectativa para a agenda econômica em setores como agronegócio, infraestrutura e tecnologia.

A China é o principal parceiro comercial do Brasil: 27% de tudo o que foi exportado pelo país no ano passado teve como destino o mercado chinês. O governo também pretende usar a ida do presidente ao país para fazer uma virada de página na relação com os chineses, depois das hostilidades do governo de Jair Bolsonaro.

A viagem deveria ter acontecido no dia 25 de março, mas foi adiada em razão de um diagnóstico de pneumonia do presidente.

Especialistas ressaltam a oportunidade do Brasil de expandir a exportação de carnes para o gigante asiático, com a autorização e a abertura de novas plantas de produção que tenham permissão para que seu produto seja enviado e consumido pelos chineses.

Segundo dados da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), a China é o principal destino dos produtos do agronegócio brasileiro desde 2013. No ano passado, 31,9% da exportação nacional de produtos do setor teve Pequim como destino.

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Já na infraestrutura, a China é, também, um dos principais investidores no Brasil. De acordo com o Itamaraty, entre 2007 e 2021, o Brasil foi o quarto principal destino internacional de investimentos chineses (4,8% do total) e o principal na América do Sul (48%).

A expectativa é de que a viagem possa fortalecer ainda mais a relação sino-brasileira. Particularmente importante para o Brasil, que pode utilizar a parceria para suprir carências no setor de infraestrutura.

Com relação ao setor de tecnologia, no roteiro anterior ao cancelamento da viagem de Lula estava prevista uma visita a um centro de pesquisa da Huawei e uma parceria no desenvolvimento de tecnologia de monitoramento. O Itamaraty também havia afirmado anteriormente que pretendia assinar pelo menos 20 acordos com os chineses durante a viagem.

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Além disso, estava no radar a reativação de um fundo de R$ 20 bilhões que foi criado em 2015, mas estava parado por questões burocráticas. Uma aliança global contra a fome, nos moldes da aliança da China com a África, seria outro ponto focal da viagem.

Já no âmbito geopolítico, Lula deve falar com o presidente chinês sobre o seu acordo de paz para encerrar a guerra entre Rússia e Ucrânia. É esperado que ambos os países façam uma sinalização diplomática de busca pela paz, mas a postura da China sobre a guerra não deve mudar substancialmente – ainda mais considerando a recente visita de Xi a Moscou, para encontro com o presidente Vladimir Putin.

Na última quinta-feira 6, em café com jornalistas, Lula defendeu o fim da guerra, que, para ele, “não tem justificativa” para continuar. O presidente sugeriu ainda que a Ucrânia poderia ceder a península da Crimeia à Rússia em troca de um acordo de paz. A declaração provocou críticas de autoridades ucranianas, que defendem a soberania e a integridade do país.

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