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O que muda na península coreana após as eleições em Seul?

O presidente eleito em Seul tentará dialogar com Pyongyang e arrefecer as tensões com a Coreia do Norte

Por Beatriz Magalhães Atualizado em 10 Maio 2017, 13h58 - Publicado em 9 Maio 2017, 16h27
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  • Nesta terça-feira encerram-se as eleições da Coreia do Sul.  Os sul-coreanos escolheram seu novo presidente seis meses após o impeachment da ex-presidente Park Geun-hye. Os desafios do novo líder vão desde questões econômicas e de política interna, até grandes tensões geopolíticas como a relação com o vizinho norte-coreano.

    Com 60% da votação contabilizada, o candidato liberal Moon Jae-in está em primeiro lugar com 39,6% dos votos. O conservador Hong Joon-pyo obteve 26,2 por cento. Já o centrista Ahn Cheol-soo está com 21,3% dos votos. 

    Moon possui uma posição política bem diferente da de Park, que fechou o diálogo com a Coreia do Norte e buscou uma aliança militar com os Estados Unidos.

    Os liberais buscam mais diálogo com o vizinho norte-coreano e querem revisar os termos do acordo estabelecido para implantação da bateria americana de defesa antimísseis, conhecida como THAAD. Quanto à China, acredita-se que Seul tentará estreitar laços com o possível novo governo liberal, para frear o avanço militar na região.

    “Embora não manifeste apoio explícito à aventura armada da Coreia do norte, a China é tradicional parceira do país vizinho e seria difícil voltar as costas para as ambições de Pyongyang, de forma que poderíamos considerar que a eleição de Moon Jae-in abre uma saída diplomática para a paz e a consequente sustentabilidade de negócios chineses na região”, disse a VEJA o professor de Relações Internacionais da FAAP, Helio Michelini.

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    Com relação aos Estados Unidos, Michelini diz que o Japão e a Coreia do Sul são “fortes aliados das democracias ocidentais”, por isso tendem a equilibrar o processo de paz na região. O especialista acrescentou ainda que mesmo com a abertura do diálogo com a Coreia do Norte, os Estados Unidos devem seguir dando apoio aos interesses da Coreia do Sul e do Japão”.

    Outro grande desafio do futuro presidente sul-coreano é o desemprego entre os jovens. De acordo com uma pesquisa da consultoria Statistics Korea, mais de 11% dos jovens com idade entre 15 e 29 anos estavam desempregados em março. Moon pretende criar mais de 500 mil empregos por ano e defende o aumento do número de servidores públicos.

    Impeachment

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    O resultado das eleições confirmaram a derrubada do conservadorismo, após o escândalo envolvendo a ex-presidente Park Geun-Hye. Em dezembro de 2016, a ex-presidente foi afastada devido a um caso de corrupção, denominado “Rasputina Coreana”. Park foi acusada de suborno, abuso de poder, vazamento ilegal de informações e coação. Acredita-se que a presidente utilizou de suas informações para obter 77,4 bilhões de wons sul-coreanos (o equivalente a 68 milhões de dólares) de 18 conglomerados, entre eles a Samsung. O caso gerou uma onda de protestos a favor e contra a ex-presidente. Foram determinadas novas eleições e Park aguarda julgamento.

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