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O que são terras-raras e por que elas despertaram interesse dos EUA no Brasil

Empresários americanos colocam minerais críticos brasileiros à mesa em meio a conversas sobre o tarifaço de Trump, que taxará produtos brasileiros em 50%

Por Amanda Péchy Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 25 jul 2025, 09h50

A uma semana do prazo para que entrem em vigor as tarifas de até 50% sobre produtos brasileiros, os Estados Unidos passaram a sinalizar interesse em um acordo comercial com o Brasil focado no acesso a minerais críticos e estratégicos, entre eles, o nióbio e as chamadas terras-raras. O tema foi levantado pelo encarregado de negócios da embaixada americana em Brasília, Gabriel Escobar, durante reunião com representantes do setor de mineração nesta semana. Atualmente, Escobar é o principal representante diplomático de Washington no país.

A proposta seria uma forma de abrir um canal de negociação que possa evitar o agravamento da disputa tarifária. Segundo participantes da reunião, Escobar sugeriu que o Brasil está estrategicamente posicionado para se tornar um parceiro-chave no fornecimento desses insumos essenciais à transição energética e à indústria de tecnologia. O presidente Lula reagiu, afirmando que “ninguém põe a mão” nas riquezas naturais do país.

O que são terras-raras?

Terras raras são 17 elementos metálicos da tabela periódica, compostos por escândio, ítrio e os lantanídeos. O nome é um tanto impróprio, visto que esses materiais são encontrados em toda a crosta terrestre, mais abundantes que o ouro. No entanto, são difíceis e custosos de extrair e processar.

Esses minerais são considerados críticos por serem onipresentes na indústria da tecnologia e aparelhos modernos – de smartphones a turbinas eólicas, lâmpadas LED e smartTVs. Eles também são cruciais para baterias de carros elétricos, bem como para aparelhos de ressonância magnética e tratamentos contra o câncer.

Terras-raras também são essenciais para a indústria de defesa. São usadas em caças, submarinos, lasers, satélites, mísseis e muito mais. Praticamente todas as grandes inovações da atualidade dependem de minerais críticos.

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Atualmente, a China é responsável por 61% da mineração de terras-raras em todo o mundo, segundo a Agência Internacional de Energia (IEA), e o país tem quase um monopólio com o controle de 92% do processamento dos minerais.

Por isso, os minerais são centrais na guerra comercial e disputa por hegemonia entre Pequim e Washington, que quase não tem capacidade de processamento – e busca alternativas para substituir importações chinesas.

Para o presidente americano, Donald Trump, a oferta desses produtos se tornou uma questão geopolítica. Assim que assumiu a Casa Branca, em 20 de janeiro deste ano, ele adotou uma postura agressiva em relação ao tema: chegou a ameaçar invadir a Groenlândia, um território da Dinamarca rico em terras-raras, e passou a pressionar a Ucrânia, em guerra contra a Rússia, a ceder direitos de exploração (sendo bem-sucedido).

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Terras-raras no Brasil

O Brasil tem a segunda maior reserva de terras raras do mundo, segundo o Ministério de Minas e Energia (MME), com 25% dos depósitos conhecidos, e também tem vastas reservas de nióbio (do qual o país concentra 92% da produção global), lítio, grafite (maior reserva do mundo), níquel (a terceira), cobre, cobalto e urânio.

Segundo estudos preliminares, o depósito de terras-raras estaria concentrado na Bacia do Parnaíba, que abrange áreas dos estados do Maranhão, Piauí e Ceará. Também há Minaçu, em Goiás, que tem reservas de terras-raras em argila iônica e é a única região a produzir minerais estratégicos em escala comercial fora da Ásia.

Como apontou repórter de VEJA Camila Pati, a proposta de um acordo bilateral com os Estados Unidos ganhou forma em junho, quando a Amcham Brasil (Câmara Americana de Comércio) e a U.S. Chamber of Commerce apresentaram aos governos dos dois países um plano conjunto de cooperação. O documento sugere cinco frentes de atuação: plano de ação estratégico, mapeamento geológico, financiamento de projetos, desenvolvimento tecnológico e ações de sustentabilidade e engajamento comunitário.

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A legislação brasileira não prevê compra, nem venda de minerais estratégicos de governo a governo. Entretanto, é possível a participação de empresas americanas no país por meio de parcerias (joint ventures).

O plano se apoia em estimativas da IEA, segundo as quais a demanda por lítio deve crescer cinco vezes até 2040. Já a demanda por grafite e níquel deve dobrar, enquanto a de cobalto e elementos de terras raras deve crescer entre 50% e 60%. A procura por cobre também tende a subir 30%, impulsionada principalmente pela expansão da mobilidade elétrica e dos sistemas de armazenamento de energia.

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