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O que se sabe até agora sobre a explosão em Beirute

Governo diz que incêndio em armazém com 2.750 toneladas de nitrato de amônio causou explosão; ao menos 100 pessoas morreram

Por Julia Braun Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 5 ago 2020, 10h23 - Publicado em 5 ago 2020, 10h04
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  • A explosão gigantesca que atingiu o porto de Beirute, no Líbano, nesta terça-feira 4 deixou ao menos 100 mortos e mais de 4.000 feridos, segundo os últimos números divulgados pelo governo. O primeiro-ministro Hassan Diab prometeu que os responsáveis pagarão pelo que fizeram. “Esta catástrofe não passará sem responsabilidade. É tarefa do governo trazer justiça. Esta é uma promessa aos mártires e aos feridos”, disse.

    Ainda não se sabe ao certo o que causou a explosão. Segundo Diab, a hipótese mais provável é que a detonação de 2.750 toneladas de nitrato de amônio que estavam armazenadas no porto da capital libanesa tenham originado o desastre. Entenda o que já se sabe sobre a terrível explosão na capital libanesa e quais fatos ainda precisam ser esclarecidos.

    Onde e quando ocorreu a explosão?

    A detonação aconteceu por volta das 18h10 do horário local na região portuária de Beirute, uma área próxima ao centro, muito povoada e repleta de pontos turísticos. Próximo dali está a histórica Praça dos Mártires, os bairros Gemmayzeh e Mar Mikhael, onde estão muitos dos mais famosos bares da cidade, a histórica mesquita Mohammad Al-Amin, o palácio do governo e a residência oficial do presidente libanês.

    O chefe de segurança interna do Líbano, Abbas Ibrahim, disse que a origem da explosão foi identificada em uma seção do porto que armazena materiais que podem ser altamente explosivos – o nitrato de amônio.

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    Como foi a explosão?

    A explosão provocou ondas de choque que estilhaçaram janelas, danificaram edifícios e fizeram estremecer o chão de toda a capital libanesa. Edifícios localizados até 10 quilômetros de distância foram danificadas e o choque foi sentido no Chipre, a cerca de 240 quilômetros de distância, e registrado como um terremoto de magnitude 3,3.

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    Imagens divulgadas nas redes sociais mostram uma nuvem de fumaça saindo do galpão no porto, sendo sucedida por flashes de luzes e estrondos localizados.

    Quantas vítimas?

    Ao menos 100 pessoas foram mortas e mais de 4.000 ficaram feridas. Autoridades, porém, disseram que o número de mortos deve crescer, à medida que equipes de emergência escavam os destroços para resgatar pessoas e retirar os mortos. Foi a mais poderosa explosão em anos a atingir Beirute, que já sofre com uma crise econômica e a pandemia de coronavírus.

    “Há muitas pessoas desaparecidas. Estamos enfrentando uma verdadeira catástrofe e precisamos de tempo para avaliar a extensão dos danos”, afirmou o ministro da Saúde, Hamad Hassan.

    Entre os mortos está o secretário-geral do partido político Kataeb, Nazar Najarian. Ele estava em seu escritório quando a explosão aconteceu e morreu após ser gravemente ferido. Pelo menos 10 bombeiros estão desaparecidos.

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    Um cidadão australiano morreu e um japonês, um indonésio e seis turcos ficaram gravemente feridos. A esposa de um adido militar da Embaixada brasileira ficou levemente ferida, mas sua situação já é estável.

    O que provocou a explosão?

    Logo após a detonação, teorias conflitantes sobre o que havia acontecido passaram a circular na imprensa e nas redes sociais. Oficialmente, o incidente foi atribuído inicialmente a um grande incêndio em um armazém de fogos de artifício próximo ao porto.

    Nas redes sociais, moradores relatam terem ouvido sons de drones e caças. Nenhuma informação foi confirmada, mas a sensação de medo toma muitos dos habitantes de Beirute. Mais tarde, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, colocou ainda mais combustível nas teorias ao dizer que a explosão pode ter sido provocada por um “ataque” com “algum tipo de bomba”.

    Apesar de o país já ter passado por uma guerra civil, ter sido alvo de terroristas e viver período de instabilidade política, não há evidência de que o evento desta terça tenha sido decorrência de um atentado terrorista.

    Nas primeiras horas desta quarta-feira, 5, o primeiro-ministro Hassan Diab disse que cerca de 2.750 toneladas de nitrato de amônio, um material altamente explosivo, estavam estocadas em um armazém portuário pelos últimos seis anos “sem medidas preventivas”. O governo agora afirma que um curto-circuito causou incêndio e explosão no depósito de fogos e posteriormente no armazém onde estava o produto químico.

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    Foram duas explosões. A primeira, segundo a TV Al-manar, veículo oficial do Hezbollah, foi causada por uma falha elétrica pouco antes das 18 horas (12 horas em Brasília). Ela teria provocado o incêndio no depósito de fogos de artifício. Philip Boulos, que governa a região de Beirute, disse que uma equipe de bombeiros foi enviada para conter o fogo. Alguns minutos depois, veio a segunda explosão.

    De onde veio o nitrato de amônio?

    A explosão de 2.750 toneladas de nitrato de amônio, usado em bombas e fertilizantes, armazenadas em um hangar no porto de Beirute, levou os libaneses a se perguntar o que uma carga altamente inflamável fazia ali. Segundo a emissora árabe Al Jazeera, membros do governo libanês sabiam há mais de seis anos que a substância estava armazenada no porto de Beirute e estavam cientes dos perigos que isso representava.

    A carga de nitrato de amônio chegou ao Líbano em setembro de 2013, a bordo de um navio de propriedade russa com uma bandeira da Moldávia. O barco estava indo da Geórgia para Moçambique, afirma a reportagem da Al Jazeera.

    Segundo advogados da tripulação do barco, o navio foi forçado a atracar em Beirute depois de enfrentar problemas técnicos, mas as autoridades libanesas impediram a embarcação de navegar e o barco foi abandonado. A carga então foi descarregada e armazenada no porto.

    Quais são os planos de resgate?

    Nas horas seguintes ao bombardeio, esforços de busca e salvamento foram lançados pelo governo e por organizações humanitárias. O presidente libanês ordenou que todas as Forças Armadas auxiliassem nos resgates e patrulhassem as áreas afetadas.

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    O Líbano destinou 100 bilhões de libras libanesas para lidar com os efeitos imediatos da explosão. Grupos de ajuda humanitária, como a UNICEF e a Cruz Vermelha, deslocaram suas equipes para a região e fazem campanha para doação de sangue para os feridos. Vários abrigos temporários com alimentos, kits de higiene e necessidades básicas foram criados para receber 1.000 famílias por 72 horas.

    Outros países como Rússia, Austrália, Egito, Catar, Kuwait, Emirados Árabes Unidos e Israel se ofereceram para prestar assistência. O presidente francês, Emmanuel Macron, confirmou que visitará Beirute nesta quinta-feira, 6.

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