O que se sabe sobre a bomba envolvendo escândalo sexual que Musk teria contra Trump
Empresário acusou republicano de estar envolvido no caso Jeffrey Epstein, bilionário acusado de tráfico sexual de adolescentes

Antes amigos próximos, o magnata Elon Musk e o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, têm trocado farpas desde que o empresário saiu do governo dos EUA, na semana passada. O clima de inimizade atingiu o ápice nesta quinta-feira, 5, quando Musk deixou de restringir suas críticas ao plano de corte de gastos e impostos da administração Trump e acusou o líder americano de estar envolvido no caso Jeffrey Epstein, bilionário acusado de tráfico sexual de adolescentes que cometeu suicídio na prisão em 2019.
“Hora de jogar a bomba realmente grande: Donald Trump está nos arquivos de Epstein. Essa é a verdadeira razão pela qual eles não se tornaram públicos. Tenha um ótimo dia, DJT (Donald John Trump)!”, escreveu Musk no X, antigo Twitter, rede social da qual é dono.
Musk não parou por aí e compartilhou um vídeo com a legenda: “Em 1992, Trump festejou com Jeffrey Epstein. Só vou deixar isso aqui”. Ele também afirmou que “a verdade virá à tona”. O dono da Tesla, no entanto, não apresentou provas do envolvimento do republicano nos crimes. Em 2002, Trump disse à revista New York que Epstein era “fantástico” e “muito divertido de se estar por perto”. Ele também contou que a dupla se conhecia há 15 anos. Os dois faziam parte de círculos sociais de elite de Nova York e da Flórida.
“Dizem até que ele gosta de mulheres bonitas tanto quanto eu, e muitas delas são do tipo mais jovem”, pontuou Trump à revista.

Quando Epstein foi preso em 2019, Trump mudou de discurso e disse que “o conhecia como todo mundo em Palm Beach o conhecia”, acrescentando: “Acho que não falo com ele há 15 anos. Nunca fui fã”. Um mês após o republicano retornar à Casa Branca, em fevereiro, a “Fase 1” dos arquivos de Epstein foi divulgada pelo governo Trump. Apesar da propaganda, a maior parte das informações que foi publicada não era novidade.
+ Baixaria nas redes sociais marca fim de ‘lua de mel’ de Trump e Musk
Entenda o caso
Epstein conviveu com milionários de Wall Street, membros da realeza (notadamente, o príncipe Andrew) e celebridades antes de se declarar culpado de exploração sexual de menores em 2008. As acusações que o levaram à prisão em 2019 ocorreram mais de uma década após um acordo judicial que o protegia. Mais de 250 meninas teriam sido vítimas do bilionário.
Em 27 de fevereiro, a procuradora-geral americana, Pamela Bondi, recém-empossada após indicação de Donald Trump, divulgou junto ao FBI mais um lote de arquivos relacionados à investigação. Os documentos, que somam cerca de 200 páginas, revelam registros de voos, uma lista de evidências e outros nomes ligados a Epstein – inclusive o do presidente dos Estados Unidos.
Em duas anotações “para Donald Trump”, de maio de 1994, seu nome aparece ao lado do de outras pessoas, como o de Marla Maples, ex-esposa do republicano, e o da filha Tiffany. O registro também mostra as iniciais “JE”, que seriam de “Jeffrey Epstein”, segundo a imprensa americana. Nunca houve nenhuma evidência de que o presidente tenha envolvimentos em crimes ligados a Epstein.
A publicação dos documentos é uma promessa de campanha de Trump. A Casa Branca também se comprometeu a divulgar arquivos sobre os assassinatos do presidente John F. Kennedy, do senador Robert F. Kennedy e do ativista Martin Luther King Jr.