Imagens de satélite tiradas no início desta semana mostram que um comboio russo que se aproxima do norte da capital da Ucrânia, Kiev, se estende por cerca de 64 quilômetros, substancialmente maior que os 27 quilômetros relatados anteriormente, de acordo com a empresa de tecnologia espacial americana Maxar.
Os moradores da capital seguem apreensivos pela chegada do comboio, que conta com tanques, veículos blindados e artilharia, além de sistemas de defesa antiaéreos para conter um eventual ataque aéreo ucraniano.
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Nesta quinta-feira, 3, o Ministério da Defesa do Reino Unido disse que o comboio começou a se locomover de maneira mais lenta do que o normal e eventualmente parou a cerca de 30 quilômetros de Kiev, com pouco progresso feito nos últimos três dias.
“O corpo principal da grande coluna russa que avança sobre Kiev permanece a mais de 30 quilômetros do centro da cidade, tendo sido atrasado por forte resistência ucraniana, avarias mecânicas e congestionamento. A coluna fez pouco progresso discernível em mais de três dias”, afirmou o Ministério.
O porta-voz do Pentágono, John Kirby, disse na última quarta-feira que, ainda que o comboio esteja de fato parado, há uma preocupação significativa de que não haja mais tempo para ajudar eventuais cidades que possam ser sitiadas.
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Um oficial do alto escalão da Defesa dos Estados Unidos afirmou que a estagnação das tropas pode criar vários problemas estratégicos para o Rússia, porém é provável que eles “aprendam com os erros de logística” e se preparem para avançar ainda mais nos próximos dias.
Junto ao comboio, a Maxar afirmou que tropas adicionais em solo e unidades de helicópteros de ataque foram vistas no sul de Belarus, a menos de 30 quilômetros da fronteira com a Ucrânia.
Além do avanço russo em direção a Kiev, outras cidades também relataram confrontos e cercos. Na noite de quarta-feira, o prefeito da estratégica cidade de Kherson, banhada pelo rio Dnieper e próxima do mar Negro, afirmou que forças russas assumiram controle. Segundo uma testemunha ouvida pela agência de notícias EFE, o centro da cidade “está completamente ocupado por militares russos e veículos blindados pesados”.
Mais a leste, em Mariupol, no Mar de Azov, na região de Donetsk, separatistas pró-russos apoiados pelos militares russos garantiram nesta quarta-feira que as suas forças bloquearam a cidade, de acordo com a imprensa russa.