O ex-presidente dos Estados Unidos Barack Obama pronunciará nesta terça-feira 17 um esperado discurso pelo centenário do nascimento de Nelson Mandela, primeiro chefe de Estado negro da África do Sul. Cerca de 15.000 pessoas assistirão ao ato no estádio Wanderers, em Joanesburgo, incluindo a última esposa de Mandela, Graça Machel, a ex-presidente da Libéria Ellen Johnson Sirleaf e o ex-secretário-geral da ONU Kofi Annan.
A cada ano, a Fundação Mandela convida uma pessoa de prestígio para discursar no aniversário de “Madiba”, como era conhecido o líder histórico do país, nascido em 18 de julho de 1918. Ele faleceu em 5 de dezembro de 2013.
Depois de passar 27 anos nas prisões do regime racista da África do Sul, Mandela, ícone mundial da luta contra o apartheid, tornou-se em 1994 o primeiro presidente eleito democraticamente no país, cargo que ocupou até 1999.
A fala de Barack Obama, que deixou a Casa Branca há um ano e meio, é muito esperada e sua equipe garante que será seu mais importante discurso desde que abandonou a política.
“Será uma ocasião para dar uma mensagem de tolerância, de inclusão e de democracia, em um momento no qual o legado de Mandela está sendo posto em xeque no mundo”, disse Ben Rhodes ao jornal americano The New York Times, referindo-se à política de seu sucessor, Donald Trump.
Mandela e Obama se viram uma única vez, em 2005, em Washington, mas se admiravam mutuamente.
O presidente da Fundação Mandela, Sello Hatang, contou recentemente que o líder africano ficou “louco de alegria” com a vitória de Obama em 2008, “porque viu isso como um momento-chave da história dos Estados Unidos”.
Mandela continua sendo uma das grandes referências morais de Barack Obama, junto com o ex-presidente americano Abraham Lincoln e com o defensor dos direitos civis Martin Luther King.
O presidente americano esteve no funeral de Mandela, em 2013, no qual o descreveu como “um gigante da história que conduziu um povo para a justiça” e como “o último grande libertador do século XX”.
Entre outras atividades, a celebração inclui competições esportivas, a publicação de testemunhos de pessoas que conheceram Mandela, a impressão de uma cédula com sua imagem e um grande show em dezembro, com estrelas como Beyoncé, Jay-Z e Pharrell Williams.
Ontem, Obama esteve também no Quênia para visitar o vilarejo em que nasceu e morreu seu pai, além de inaugurar um centro de educação para jovens no local.
(Com AFP)