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OMS alerta Europa para uma segunda onda de coronavírus no inverno

Próximo pico de contágios pode ser ainda mais mortal, por coincidir com doenças infecciosas sazonais; continente tem 1,6 milhão de casos e 158.819 mortos

Por Da Redação
Atualizado em 15 Maio 2020, 19h18 - Publicado em 15 Maio 2020, 19h11
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  • A Organização Mundial da Saúde (OMS) afirmou nesta sexta-feira, 15, que a Europa pode enfrentar uma segunda onda do novo coronavírus durante o próximo inverno. O próximo pico de contágios corre o risco de ser ainda mais mortal, por coincidir com surtos de outras doenças infecciosas sazonais.

    Em entrevista ao jornal britânico The Daily Telegraph, Hans Kluge, diretor da região européia da OMS, alertou os países que estão começando a diminuir seus bloqueios nacionais que agora é uma “hora de preparação, não de celebração”. O médico disse que a Europa deve usar o período atual para aumentar a capacidade dos hospitais e fortalecer os sistemas de saúde pública.

    “Estou muito preocupado com uma onda dupla. No outono, poderíamos ter uma segunda onda da Covid-19 e outra de gripe ou sarampo sazonal. Há dois anos, ao menos 500.000 crianças não tinham sequer a primeira injeção da vacina contra o sarampo”, disse Kluge.

    O médico enfatizou que a queda no número de casos de coronavírus em países como Reino Unido, França e Itália não significa que a pandemia está chegando ao fim. Ele alertou que o epicentro do surto europeu está agora no leste, com o número de casos aumentando na Rússia, Ucrânia, Bielorrússia e Cazaquistão.

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    “Singapura e Japão entenderam desde o início que este não é um momento de comemoração, é um momento de preparação. É o que os países escandinavos estão fazendo”, afirmou Kluge.

    Especialistas apontam a pandemia de gripe espanhola, que teve surtos de 1918 a 1920, como evidência de que uma segunda onda da Covid-19 pode ser ainda mais fatal que a primeira. Na primeira vez que a gripe espanhola surgiu, em março de 1918, apresentava as características típicas de uma doença sazonal, mas depois voltou no outono ainda mais contagiosa e mortal, matando cerca de 50 milhões de pessoas.

    O alerta é feito enquanto muitos países europeus começam a suspender as restrições para conter o coronavírus e reabrir a economia, em uma tentativa de retomada da vida normal. Na Espanha, no início de maio, a população foi autorizada a se exercitar ao ar livre pela primeira vez em sete semanas, e alguns restaurantes foram reabertos na Alemanha. Na França, cidadãos não precisam mais de “passes” digitais para justificar as saídas de casa.

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    Além disso, a União Europeia apresentou nesta quarta-feira 13 um plano para ressuscitar a indústria do turismo e reabrir as fronteiras. Países com perfis de risco de coronavírus similares poderão compor “corredores turísticos”, acordos bilaterais de abertura de fronteiras entre estados membros do bloco, permitindo que os europeus desfrutem de férias de verão em meio à pandemia.

    O setor de turismo é responsável por 10% da economia da União Europeia e emprega 12% de todos os trabalhadores registrados.

    “As pessoas entenderam que o lockdown acabou, mas nada mudou. É preciso que um pacote completo de controle da doença esteja em vigor”, disse Kluge. O médico completou que a saúde deve estar no topo da agenda política, porque “sem saúde, não há economia”.

    O continente europeu registrou 1.645.366 casos confirmados nesta sexta-feira, 15, sendo que a maioria das infecções se concentra na Rússia, com 252.245 casos, e no Reino Unido, com 233.151 casos. Ao todo, 158.819 pessoas morreram na Europa devido à Covid-19, doença respiratória causada pelo coronavírus. As nações com maior mortalidade são o Reino Unido, onde registra-se 33.614 óbitos, e a Itália, com 31.368.

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