Black Friday: Assine a partir de 1,49/semana
Continua após publicidade

OMS pede suspensão do direito de voto da Venezuela por dívida

Órgão deu até 2019 para governo Maduro quitar pagamento de 8 milhões de dólares; caso contrário, país não poderá participar das decisões globais sobre saúde

Por Da redação
Atualizado em 17 Maio 2018, 10h23 - Publicado em 17 Maio 2018, 10h17

A Organização Mundial da Saúde (OMS) recomendou a suspensão do direito ao voto da Venezuela na entidade a partir do ano que vem e o impedimento da participação do governo de Nicolás Maduro nas decisões que afetam a agenda da saúde internacional. A medida isolará ainda mais o país e amplia o temor de que questões de saúde não estejam recebendo um tratamento adequado por Caracas.

O motivo da proposta de afastamento é financeiro. Cabe agora aos ministros dos 193 países presentes na Assembleia Mundial da Saúde, que se reúne a partir de segunda-feira (21), decidir o destino da Venezuela. O governo de Caracas não paga suas contribuições obrigatórias à agência de saúde da Organização das Nações Unidas (ONU) desde 2014.

O total da dívida chega a 8 milhões de dólares (30 milhões de reais), valor considerado pequeno em um orçamento de 1 bilhão de dólares (3,6 bilhões de reais) da entidade. Mas, pelas regras, atrasos consecutivos nos pagamentos e a falta de um plano para quitar a dívida resultam na suspensão de voto.

De acordo com o documento da OMS, “se até a abertura da 72ª Assembleia Mundial da Saúde” Caracas estiver em “atraso com seus pagamentos, os privilégios de votos devem ser suspensos desde seu início”. Na prática, a agência está dando até 2019 para que a dívida seja quitada. Caso contrário, a suspensão entrará em vigorar. Se esse cenário se confirmar, a Venezuela entra em um grupo de países afastados que conta ainda com República Centro-Africana, Gâmbia, Guine-Bissau e Sudão do Sul.

A situação humanitária na Venezuela tem sido alvo de uma atenção especial na ONU, particularmente em razão do impacto que isso poderia ter para o Brasil e outros países da fronteira — o temor é que doenças possam se proliferar. A crise venezuelana se reflete em uma hiperinflação que deve chegar a 13.800% este ano, segundo o Fundo Monetário Internacional (FMI), além de escassez de alimentos, remédios e todo tipo de bens básico.

Continua após a publicidade

Dados suspeitos

Na OMS, a desconfiança vai muito além da dívida com a entidade. A entidade com sede em Genebra passou a não mais confiar nos dados de saúde apresentados pelo governo Maduro. Alguns dos números suspeitos fazem referência ao sistema de saúde, mortalidade e o número de casos de malária. A Venezuela, por exemplo, informou à OMS que registrou apenas uma morte pela malária em 2016. Mas a entidade estima que ocorreram até 280 mortes.

A agência da ONU estima que, em 2017, mais de 400.000 casos foram registrados no país, quase dez vezes mais do que no início da década. Para a entidade, essa realidade já é uma ameaça ao Brasil, diante do fluxo de refugiados e imigrantes que poderia provocar uma nova onda de transmissão.

Em 2010, o país havia informado 45.000 casos de malária. Em 2016, a taxa divulgada pelo governo já era de 240.000. Contudo, nem a OMS acreditou nos dados oficiais e estima que havia 300.000 casos. Agora, para 2017, os dados preliminares da organização apontam 406.000 casos.

Continua após a publicidade

Para a agência de saúde da ONU, o risco é o de que esses casos voltem a afetar zonas brasileiras que tinham conseguido se livrar da malária ou reduzir a incidência da doença. Em entrevistas nos últimos meses, ministros de Caracas vêm insistindo que não há uma crise humanitária no país.

(com Estadão Conteúdo)

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Black Friday

A melhor notícia da Black Friday

BLACK
FRIDAY

MELHOR
OFERTA

Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de 5,99/mês*

ou
BLACK
FRIDAY
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba 4 Revistas no mês e tenha toda semana uma nova edição na sua casa (menos de R$10 por revista)

a partir de 39,96/mês

ou

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$71,88, equivalente a 5,99/mês.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.