O chefe da filial europeia da Organização Mundial da Saúde (OMS), Hans Kluge, afirmou nesta segunda-feira, 21, que até 1.000 mulheres e crianças palestinas que precisam de atendimento médico urgente serão levadas de Gaza para a Europa em uma operação que deve ocorrer “nos próximos meses”.
Em entrevista à agência de notícias AFP, Kluge afirmou que Israel se comprometeu a permitir as evacuações médicas, que serão realizadas pela OMS — a agência de saúde das Nações Unidas — e por países voluntários da União Europeia.
Diálogo aberto
Na última quinta-feira, uma investigação das Nações Unidas acusou Israel de estar atingindo hospitais e centros médicos em Gaza de forma deliberada, matando e torturando funcionários da saúde. Os funcionários da agência caracterizou os atos como “crimes contra a humanidade”.
Rik Peeperkorn, representante da OMS nos territórios palestinos ocupados, disse em maio que cerca de 10 mil pessoas precisavam ser retiradas de Gaza para atendimento médico urgente. O braço europeu da agência já realizou 600 evacuações médicas de Gaza para sete países da União Europeia desde que a guerra começou, em outubro de 2023.
Kluge afirmou que “isso nunca teria acontecido se não tivéssemos mantido o diálogo” aberto com “todos os parceiros”, referindo-se a Israel e autoridades em Gaza. Citando as ações da OMS também na Ucrânia, ele enfatizou a importância de “não politizar a saúde”.