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Onda de calor recente seria ‘impossível’ sem mudança climática, diz estudo

Os efeitos da queima de combustíveis fósseis tornaram eventos de calor extremo 50 vezes mais prováveis na China, e 2,5ºC mais quentes na Europa

Por Da Redação
Atualizado em 25 jul 2023, 08h36 - Publicado em 25 jul 2023, 08h32

Um estudo divulgado nesta terça-feira, 25, revelou que as ondas de calor que atingiram o hemisfério norte em julho, início do verão boreal, teriam sido “virtualmente impossíveis” sem os efeitos da mudança climática induzida pelos seres humanos.

Cientistas do Reino Unido, Estados Unidos e Holanda, ligados ao grupo World Weather Attribution, analisaram as recentes ondas de calor para identificar a relevância da mudança climática nos eventos. Em julho, a China, a Europa e os Estados Unidos viram recordes de temperatura serem quebrados e milhões de pessoas passaram dias sob alerta vermelho devido a calor extremo.

Usando modelos de computador, cientistas simularam um mundo sem os efeitos das emissões de gases do efeito estufa na atmosfera nas temperaturas do mundo real. A conclusão foi que a onda de calor nos Estados Unidos e Canadá foi 2°C mais quente por causa da mudança climática.

+ Junho mais quente da história: a onda de calor mundial em números

Além disso, o aquecimento global causado pela queima de combustíveis fósseis tornou eventos de calor extremo na China 50 vezes mais prováveis. Já na Europa, as ondas de calor ficaram no mínimo 2,5°C mais quentes por conta das alterações nos sistemas climáticos.

O estudo também descobriu que o El Niño, um fenômeno climático que começou em junho e pode elevar temperaturas, desempenhou um papel pequeno no aumento do calor. A mudança climática foi o principal fator nas ondas de calor mais intensas, segundo as descobertas.

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Os autores do estudo afirmaram que suas descobertas destacam a importância de o mundo se adaptar a temperaturas mais altas, porque elas não são mais “raras”. Quase todas as sociedades continuam despreparadas para enfrentar calor extremo, alertam os especialistas.

Segundo o estudo, é preciso construir casas resistentes ao calor, criar “centros de resfriamento” para as pessoas encontrarem abrigo e encontrar maneiras de resfriar as cidades, incluindo o plantio de mais árvores.

O calor extremo pode ser uma ameaça à vida, especialmente entre os idosos. De acordo com um estudo, estima-se que mais de 61 mil pessoas morreram de causas relacionadas ao calor durante as ondas de calor do ano passado na Europa.

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