Onda de violência por medo de vampiros é registrada no Malaui
Grupos foram acusados de atacar e assassinar pessoas que acreditam chupar sangue humano
Uma onda de violência por medo de vampiros está tomando regiões do sul do Malaui, um dos países mais pobres da África. A polícia local prendeu 140 membros de grupos de linchamento que atacaram pessoas que acreditavam ser chupadores de sangue humano, segundo a emissora BBC.
De acordo com as autoridades locais, oito pessoas já foram mortas pelos agressores, incluindo dois homens na cidade de Blantyre nesta quinta-feira. Um deles morreu após ter seu corpo incendiado, enquanto o outro foi apedrejado.
Segundo o jornal Face of Malawi, carros e casas também foram destruídos pelos grupos violentos. Uma mulher chegou a comparecer a um hospital local afirmando que havia sido mordida por um vampiro, porém os médicos não encontraram qualquer indício de anormalidade.
Os ataques começaram no dia 16 de setembro, quando três pessoas acusadas de serem vampiros foram mortas por um grupo. Líderes locais acreditam que os rumores sobre as criaturas místicas surgiram em áreas próximas da fronteira com Moçambique. No país vizinho foram registrados casos de violência contra policiais, que segundo os agressores estavam protegendo os supostos vampiros.
Os vilarejos da região fronteiriça do sul do Malaui e centro de Moçambique acreditam que a prática de beber sangue humano seria usada por algumas pessoas como ritual para enriquecer. Segundo a BBC, eles também acreditam que as autoridades não conseguem capturar os vampiros porque eles têm poderes mágicos.
Um toque de recolher foi imposto em partes do sul do país. No início do mês, a Organização das Nações Unidas (ONU) instruiu alguns de seus funcionários que trabalham na região a se mudar para áreas mais seguras. O presidente Peter Mutharika, que visitou as áreas em questão, prometeu investigar os assassinatos.
O Malaui é um dos países mais pobres do mundo. Os níveis de educação básica entre os cidadãos do país são muito baixos e muitas agências humanitárias e ONGs trabalham na região. As crenças em bruxaria e outros eventos sobrenaturais são comuns no país. Em 2002, outros casos de violência motivados pela crença em vampiros também foram registrados.