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ONG diz que 185 pessoas foram mortas em onda de protestos no Irã

Iran Human Rights informou que há, ao menos, 19 vítimas com menos de 18 anos

Por Paula Felix Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 9 out 2022, 16h27 - Publicado em 9 out 2022, 15h48

A ONG Iran Human Rights divulgou um documento neste domingo, 9, informando que 185 pessoas teriam sido mortas na onda de protestos no Irã após a morte da jovem curda Mahsa Amini, de 22 anos, por supostamente usar de “maneira imprópria” o hijab, lenço que cobre a cabeça das mulheres islâmicas. A lista inclui ao menos 19 menores de idade. A entidade informou que ainda busca informações para confirmar a idade das vítimas com menos de 18 anos e cobrou que líderes do país sejam responsabilizados.

Segundo a entidade, as mortes contabilizadas foram registradas em 17 províncias e ocorreram principalmente nos dias 21, 22 e 30 do mês passado – as manifestações tiveram início em 17 de setembro, um dia depois da morte de Mahsa, detida pela polícia de moralidade na região do Curdistão. A prisão foi realizada no dia 13 e a jovem estava sob custódia da polícia quando morreu, três dias depois.

O presidente iraniano, Ebrahim Raisi, chegou a afirmar que a ocorrência “certamente deve ser investigada” e autoridades alegaram que ela sofreu um ataque cardíaco na prisão. No entanto, ativistas e a família de Mahsa suspeitam que ela sofreu um golpe na cabeça que teria provocado um traumatismo craniano. Dessa forma, os protestos continuaram.

A Iran Human Rights acusa agentes de realizar a gravação e transmissão de falsas confissões e de fazer com que pessoas deem depoimentos à força. “Em muitos casos, particularmente os de meninas, as forças de segurança submeteram famílias a prisões, coerção e coação para forçá-las a anunciar a morte de seus filhos como suicídio diante das câmeras ou mantê-las quietas.” A entidade disse também que as prisões em massa continuam sendo realizadas e atingem ativistas e manifestantes dos direitos civis.

O número de mortos pode ser maior, de acordo com a ONG, tendo em vista problemas de segurança para verificar os casos e o fato de a internet ter sido desligada.

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