ONU acusa Exército de Mianmar de genocídio contra rohingyas
Organização culpa autoridades por massacres, tortura, estupros coletivos e outros crimes de guerra contra minoria muçulmana
Por Da Redação
Atualizado em 27 ago 2018, 12h09 - Publicado em 27 ago 2018, 10h40
Refugiados rohingya são registrados em um momento de luta e desespero por ajuda no acampamento de Cox's Bazar, no Bangladesh - 24/09/2017 (Cathal McNaughton/Reuters)
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1/33 Cerca de 400 mil refugiados rohingya fugiram para Bangladesh desde o final de agosto durante o surto de violência no estado de Rakhine, em Mianmar - 26 /09/2017 (Cathal McNaughton/Reuters)
2/33 Hamida, refugiada rohingya chora enquanto segura seu filho de 40 dias, que morreu depois do naufrágio de um barco, em Teknaf, Bangladesh - 14/09/2017 (Mohammad Ponir Hossain/Reuters)
3/33 Homem rohingya toma banho ao lado de fora de seu abrigo, em um campo de refugiados em Bangladesh - 13/09/2017 (Danish Siddiqui/Reuters)
4/33 Refugiados Rohingya recebem pedaços de bambu para fazer uma cabana no campo de refugiados Balukhali em Cox's Bazar, Bangladesh - 11/10/2017 (Zohra Bensemra/Reuters)
5/33 Refugiada rohingya chora com seu filho nos braços ao chegar em Bangladesh - 12/09/2017 (Dan Kitwood/Getty Images)
6/33 Um refugiado rohingya é fotografado deitado em seu abrigo no acampamento de Kutupalong, no Bangladesh - 20/10/2017 (Zohra Bensemra/Reuters)
7/33 Nasir Ahmed, um refugiado Rohingya chora quando segura seu filho de 40 dias, que morreu quando um barco virou na margem de Shah Porir Dwip enquanto atravessava a fronteira de Myanmar para Bangladesh, em Teknaf - 14/09/2017 (Mohammad Ponir Hossain/Reuters)
8/33 O fotógrafo Cathal McNaughton capta o olhar de um refugiado rohingya no acampamento Cox's bazar, em Bangladesh, enquanto espera receber ajuda - 27/09/2017 (Cathal McNaughton/Reuters)
9/33 Um garoto rohingya é fotografado andando na chuva pelo acampamento de refugiados Cox' Bazar, em Bangladesh - 20/09/2017 (Cathal McNaughton/Reuters)
10/33 Refugiados rohingyas recém chegados à Bangladesh aguardam para serem levados até o acampamento Cox's Bazar, onde se encontram outros milhares de muçulmanos - 02/10/2017 (Cathal McNaughton/Reuters)
11/33 Um menino rohingya é visto se banhando no campo de refugiados Cox's Bazar, em Bangladesh - 21/09/2017 (Cathal McNaughton/Reuters)
12/33 Um garoto rohingya é visto empinando pipa no acampamento de refugiados em Cox's Bazar, no Bangladesh - 10/11/2017 (Navesh Chitrakar/Reuters)
13/33 Uma refugiada rohingya chega exausta a Bangladesh após fugir de barco de Myanmar - 11/09/2017 (Danish Siddiqui/Reuters)
14/33 A idosa Boduuzzol Kharun, 97, é carregada por membros da sua família depois de atravessar a fronteira Bangladesh-Mianmar, em Teknaf, Bangladesh - 25/10/2017 (Adnan Abidi/Reuters)
15/33 Jayed Ullah, uma menina refugiada rohingya, de seis meses, é carregada por sua mãe, no campo de refugiados de Palong Khali, perto de Cox's Bazar, em Bangladesh - 30/10/2017 (Hannah McKay/Reuters)
16/33 Um menino refugiado Rohingya, que atravessou a fronteira de Myanmar esta semana, se refugia na Escola Primária de Long Beach, no campo de refugiados de Kutupalong, perto de Cox's Bazar, Bangladesh - 23/10/2017 (Hannah McKay/Reuters)
17/33 Crianças rohingyas refugiadas brincam nas águas de um pequeno riacho que passa pelo campo de Kutupalong, em Cox's Bazar, no Bangladesh - 06/10/2017 (Paula Bronstein/Getty Images)
18/33 Os refugiados Rohingya fazem filas para receber ajuda humanitária no campo de refugiados de Kutupalong, em Cox's Bazar, no Bangladesh - 20/10/2017 (Zohra Bensemra/Reuters)
19/33 Chegada de 15.000 refugiados rohingyas em Bangladesh (Reprodução/Youtube)
20/33 Jovens muçulmanos rohingyas ficam atrás de uma barricada de bambu para coletar comida cozida no campo de refugiados de Thankhali, no distrito de Ukhia, em Bangladesh - 10/11/2017 (Dibyangshu Sarkar/AFP)
21/33 Um grupo de refugiados rohingyas sentados em jangadas são interrogados pelo Guarda das fronteiras de Bangladesh logo após cruzarem a fronteira com Myanmar - 09/11/2017 (Navesh Chitrakar/Reuters)
22/33 Refugiados rohingyas recém chegados à Bangladesh aguardam para serem levados até o acampamento Cox's Bazar, onde se encontram outros milhares de muçulmanos - 02/10/2017 (Cathal McNaughton/Reuters)
23/33 Refugiados rohingya atravessam em uma jangada improvisada pelo Rio Naf para chegar a Bangladesh, onde se abrigarão no acampamento para refugiados de Cox's Bazar - 13/11/2017 (Mohammad Ponir Hossain/Reuters)
24/33 Menino refugiado Rohingya joga bola com seus amigos no campo de refugiados de Palong Khali, perto de Cox's Bazar, Bangladesh - 14/11/2017 (Navesh Chitrakar/Reuters)
25/33 Um garoto refugiado rohingya corta os cabelos de maneira improvisada no acampamento de Cox's Bazar, no Bangladesh - 15/11/2017 (Navesh Chitrakar/Reuters)
26/33 Crianças rohingya são fotografadas no campo de refugiados de Moynerghona, no distrito de Ukhia , em Bangladesh - 30/10/2017 (Tauseef MUSTAFA/AFP)
27/33 Mulher caminha com uma criança no colo no campo de refugiados de Balukhali, no distrito bengali de Ukhia - 23/11/2017 (Munir Uz Zaman/AFP)
28/33 Crianças refugiadas rohingya brincam em uma estrada no campo de refugiados de Balu Khali perto de Cox's Bazar, Bangladesh - 16/11/2017 (Navesh Chitrakar/Reuters)
29/33 Refugiados caminham na praia após atravessarem a fronteira entre Mianmar e Bangladesh - 21/11/2017 (Navesh Chitrakar/Reuters)
30/33 Hosne Ara, um rohingya de 4 anos, refugiado a 2 meses é fotografado no centro para crianças no campo de refugiados de Kutupalong, perto de Cox's Bazar, no Bangladesh - 06/11/2017 (Hannah McKay/Reuters)
31/33 Homem auxilia na distribuição de cobertores para os refugiados roghingya do acampamento de Cox's Bazar, no Bangladesh - 05/12/2017 (Ed Jones/AFP)
32/33 Criança refugiada rohingya chora enquanto se senta no campo de refugiados de Kutupalong no Coaz's Bazar em Bangladesh - 04/12/2017 (Ed Jones/AFP)
33/33 Tumulto durante distribuição de alimentos em campo de refugiados rohingya em Bangladesh - 28/11/2017 (Ed JONES/AFP)
O Exército de Mianmar foi acusado pela Organização das Nações Unidas (ONU) de praticar genocídio contra a minoria muçulmana rohingya no país. Em um relatório publicado nesta segunda-feira (27), a organização pede que a Justiça internacional inicie um processo contra o comandante das Forças Armadas e outros cinco militares pelos crimes.
As autoridades são acusadas de “genocídio, crimes contra a humanidade e crimes de guerra”, pela repressão à minoria. A ONU relata casos de massacres e estupros coletivos.
“Os crimes cometidos no Estado de Rakain e a maneira pela qual foram cometidos são similares na sua natureza, gravidade e alcance àqueles que permitiram estabelecer um genocídio intencional em outros contextos”, afirmou em um relatório a Missão Internacional de Investigação da ONU.
“Os principais generais de Mianmar, incluindo o comandante em chefe, Min Aung Hlaing, devem ser investigados e processados por genocídio no norte do estado de Rakhine”, diz o documento.
Mais de 700.000 rohingyas foram obrigados a fugir de Mianmar entre agosto e dezembro de 2017, após uma ofensiva do Exército birmanês em represália aos ataques de rebeldes ligados à minoria contra postos de fronteira.
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Os rohingyas buscaram refúgio em Bangladesh, onde moram em gigantescos campos de refugiados.
A missão da ONU considera “prudente” a estimativa anunciada pela ONG Médicos Sem Fronteiras (MSF) de que 10.000 pessoas morreram durante a perseguição aos rohingyas.
Uma primeira lista da ONU pede a investigação de seis militares de alta patente, entre eles Hlaing. Um segundo documento mais amplo, contudo, inclui outros dirigentes supostamente envolvidos na perseguição aos rohingyas.
A organização internacional também acusa a líder de Mianmar, Aung San Suu Kyi, de permitir que o discurso de ódio florescesse no país, além de deixar de proteger minorias de crimes contra a humanidade e crimes de guerra do Exército. “Por seus atos e omissões, as autoridades contribuíram para a execução destes crimes atrozes”, afirmam os investigadores das Nações Unidas.
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O documento da ONU destaca, no entanto, que as autoridades civis de Mianmar tiveram “pouca margem de manobra” para controlar as ações do Exército e “nada indica que participaram diretamente do planejamento e da aplicação das operações de segurança e que integravam a estrutura de comando”.
Julgamento internacional
A missão da ONU, que não foi autorizada a entrar em Mianmar, entrevistou 857 vítimas e também utilizou imagens de satélite na investigação. O relatório descreve uma longa lista de crimes contra a humanidade que teriam sido cometidos contra os rohingyas nos estados de Kachin, Shan e Rakhin – entre eles, torturas, estupros, casos de escravidão sexual, ou perseguições. Os especialistas mencionam ainda “extermínio e deportação” como dois crimes contra a humanidade cometidos em Rahkin.
Os investigadores aconselharam o Conselho de Segurança da ONU a denunciar o caso ao Tribunal Penal Internacional (TPI), ou a estabelecer um tribunal internacional para julgar estes crimes.
O Conselho de Segurança pediu em várias ocasiões ao governo de Mianmar o fim das operações militares e garantias para um retorno seguro dos rohingyas, mas estas iniciativas esbarraram na recusa da China, principal aliada das autoridades birmanesas.
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Facebook
O Facebook fechou nesta segunda-feira a página do comandante das Forças Armadas de Mianmar por “violação dos direitos humanos”. A rede social também anunciou a eliminação de outras 20 páginas birmanesas.
A missão da ONU havia destacado o papel controverso do Facebook como “instrumento útil para aqueles que tentam expandir o ódio”. “Apesar de que ter melhorado durante os últimos meses, a resposta do Facebook foi lenta e ineficaz”, critica o relatório.
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