O fundo de emergência das Nações Unidas liberou 9,2 milhões de dólares nesta segunda-feira, 26, para dar apoio a programas humanitários na Venezuela, incluindo saúde e assistência nutricional para mulheres e crianças, na primeira alocação para a atual crise do país.
O acordo representa uma mudança de atitude do governo do presidente Nicolás Maduro, que culpa sanções impostas ao país pela crise econômica e política que atinge a nação produtora de petróleo, e tem na maioria das vezes recusado ajuda internacional.
O Ministério da Informação venezuelano não respondeu de imediato a pedidos para comentar a ação das Nações Unidas.
O Fundo Central de Resposta de Emergência das Nações Unidas dará apoio a projetos de nutrição para crianças com menos de 5 anos, mulheres grávidas e que estão amamentando, além de programas de saúde para pessoas vulneráveis, disse o fundo.
“É a primeira liberação de dinheiro do fundo para a atual situação da Venezuela”, afirmou um representante das Nações Unidas
A Venezuela sofre com hiperinflação, desabastecimento de comida e medicamentos e alta criminalidade, o que levou cerca de 3 milhões de pessoas a deixar o país, a maioria delas desde 2015, segundo a ONU.
Parte dos recursos liberados pela ONU vai para “pessoas em deslocamento em comunidades de fronteira nos Estados de Apure, Táchira e Zulia”, ao longo da fronteira com a Colômbia, segundo o fundo.
A Colômbia abriga mais de 1 milhão de venezuelanos. Cerca de 3.000 cidadãos do país vizinho chegam a cada dia. As autoridades de Bogotá estimam que 4 milhões podem estar território colombiano até 2021, o que custaria ao governo quase 9 bilhões de dólares.
O Peru é o segundo maior destino de refugiados e migrantes da Venezuela, com mais de 500.000. O Equador recebeu 220.000 , a Argentina, 130.000, e o Chile, 100.000.
No Brasil, segundo dados da Polícia Federal e da ONU, 65.846 venezuelanos solicitaram asilo no país até o fim de setembro. Além desses pedidos, existem pelo menos 19.000 de venezuelanos que solicitaram residência no Brasil por meio de outros mecanismos de regularização.
O número de solicitações de asilo e residência, contudo, não reflete o total da população venezuelana que cruzou a fronteira.
(Com Reuters)