É a primeira vez que o órgão usa oficialmente o termo em referência à situação da minoria muçulmana
Por Da redação
Atualizado em 4 jun 2024, 17h34 - Publicado em 5 dez 2017, 21h59
Um refugiado rohingya têm o filho morto em seus braços após atravessar o rio Naf, chegando em Whaikhyang, no Bangladesh. Um membro da ONU diz que o plano de construir um acampamento para mais de 800.000 muçulmanos que fogem de Myanmar devido às repressões, era perigoso porque a superlotação poderia aumentar os riscos de doenças mortais, espalhando-se rapidamente - 09/10/2017 (Indranil Mukherjee/AFP)
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1/15 O refugiado rohingya Rahim Ullah, 5, é fotografado enquanto chora na fila para receber alimento no centro de distribuição Palongkhali, no acampamento de Cox's Bazar, no Bangladesh - 07/11/2017 (Navesh Chitrakar/Reuters)
2/15 Hosne Ara, um rohingya de 4 anos, refugiado a 2 meses é fotografado no centro para crianças no campo de refugiados de Kutupalong, perto de Cox's Bazar, no Bangladesh - 06/11/2017 (Hannah McKay/Reuters)
3/15 A idosa Boduuzzol Kharun, 97, é carregada por membros da sua família depois de atravessar a fronteira Bangladesh-Mianmar, em Teknaf, Bangladesh - 25/10/2017 (Adnan Abidi/Reuters)
4/15 Um refugiado rohingya é fotografado deitado em seu abrigo no acampamento de Kutupalong, no Bangladesh - 20/10/2017 (Zohra Bensemra/Reuters)
5/15 Refugiados Rohingya chegam ao lado bengali do rio Naf depois de atravessar a fronteira de Myanmar, em Palang Khali, Bangladesh - 16/10/2017 (Jorge Silva/Reuters)
6/15 O fotógrafo Cathal McNaughton capta o olhar de um refugiado rohingya no acampamento Cox's bazar, em Bangladesh, enquanto espera receber ajuda - 27/09/2017 (Cathal McNaughton/Reuters)
7/15 Uma criança rohingya é fotografada rastejando sobre a terra no acampamento de refugiados Cox's Bazar, em Bangladesh - 21/09/2017 (Cathal McNaughton/Reuters)
8/15 Refugiados rohingyas que deixaram Myanmar se abrigam em um campo na cidade de Cox Bazar, em Bangladesh - 19/09/2017 (Cathal McNaughton/Reuters)
9/15 Refugiados Rohingya se abrigam da chuva em um acampamento em Cox's Bazar, Bangladesh - 17/09/2017 (Cathal McNaughton/Reuters)
10/15 Refugiados rohingya disputam espaço para conseguir comida em Tankhali, Bangladesh. Cerca de 400 mil refugiados rohingya fugiram para Bangladesh desde o final de agosto durante o surto de violência no estado de Rakhine, em Mianmar - 15/09/2017 (Paula Bronstein/Getty Images)
11/15 Nasir Ahmed, um refugiado Rohingya chora quando segura seu filho de 40 dias, que morreu quando um barco virou na margem de Shah Porir Dwip enquanto atravessava a fronteira de Myanmar para Bangladesh, em Teknaf - 14/09/2017 (Mohammad Ponir Hossain/Reuters)
12/15 Homem rohingya toma banho ao lado de fora de seu abrigo, em um campo de refugiados em Bangladesh - 13/09/2017 (Danish Siddiqui/Reuters)
13/15 Mulçumanos rohingyas caminham sobre um canal em um campo de refugiados, em Bangladesh - 13/09/2017 (Danish Siddiqui/Reuters)
14/15 Refugiadas rohingya descansam na praia após cruzar fronteira entre Mianmar e Bangladesh - 10/09/2017 (Danish Siddiqui/Reuters)
15/15 Refugiado rohingya carrega uma criança até a costa após atravessar a fronteira entre Bangladesh e Myanmar de barco pela Baía de Bengala em Shah Porir Dwip, no Bangladesh - 10/09/2017 (Danish Siddiqui/Reuters)
A repressão sistemática e generalizada à qual o Exército birmanês submeteu a minoria muçulmana rohingya tem “elementos de genocídio“, denunciou nesta terça-feira o alto comissário das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Zeid Ra’ad Al Hussein.
“Considerando a discriminação sistemática da qual são vítimas os rohingyas, as torturas ou maus-tratos, os deslocamentos forçados e a destruição sistemática de vilarejos (…) pode-se negar a possível presença de elementos de genocídio?”, questionou.
O alto comissário foi o primeiro orador de uma sessão especial que o Conselho de Direitos Humanos da ONU organizou nesta terça para analisar a situação da minoria rohingya, uma comunidade de muçulmanos que vivem há séculos no norte de Mianmar, mas que não são reconhecidos como cidadãos pelas autoridades do país.
Em meados de agosto, o Exército de Salvação Rohingya de Arakan (ARSA) atacou postos das forças de segurança birmanesas. Em resposta, o Exército e polícia de Mianmar organizaram uma devastadora repressão. Cerca de 626.000 pessoas foram obrigadas a fugir para Bangladesh desde então.
Segundo Zeid, a repressão brutal é somente mais um exemplo da discriminação a qual a comunidade foi submetida durante décadas. “Os rohingyas sofreram uma progressiva intensificação da discriminação durante os últimos 55 anos, e muito mais nos últimos cinco do que nos 50 anteriores”, disse.
O alto comissário afirmou ainda que “não houve nenhuma reação por parte das autoridades para evitar” a incitação ao ódio e à violência contra a comunidade. Pediu aos 47 Estados membros do Conselho que “tomem as ações apropriadas para acabar agora com esta loucura”.
Além disso, Zeid lamentou a proibição instalada pelas autoridades birmanesas à entrada dos investigadores e funcionários da ONU na região oeste de Mianmar. A fronteira entre Mianmar e Bangladesh está coberta de minas terrestres instaladas pelo Exército, “possivelmente para evitar que os refugiados voltem à Mianmar”.
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A ONU denunciou em várias ocasiões a “limpeza étnica” das autoridades birmanesas, majoritariamente budistas, contra a minoria muçulmana. Porém, essa foi a primeira vez em que o termo genocídio foi usado oficialmente.
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