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ONU encontra urânio perto do nível de bomba nuclear em usina iraniana

Descoberta alarmou autoridades dos EUA, que dizem que Teerã está próximo de desenvolver armas atômicas

Por Da Redação
1 mar 2023, 10h43

Partículas de urânio enriquecidas a níveis próximos ao de uma bomba nuclear foram encontradas em uma usina do Irã, de acordo com comunicado do órgão de vigilância nuclear das Nações Unidas nesta quarta-feira, 1. Os Estados Unidos afirmam que a capacidade do país de construir artefatos do tipo está acelerando.

Para fazer uma bomba atômica, é preciso partículas de urânio enriquecidas com 90% de pureza. Durante uma vistoria na Planta de Enriquecimento de Combustível Fordow, perto da cidade iraniana de Qom, a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) encontrou altos níveis de enriquecimento em amostras ambientais, que chegam a até 83,7%.

A instalação é dividida em duas salas de enriquecimento, com 3 mil centrífugas de gás IR-1, usadas para enriquecer o raro isótopo nuclear urânio-235 a partir da mistura de isótopos de ocorrência natural do elemento. 

O relatório elaborado pela agência, ao qual a emissora americana CNN teve acesso, alegou que o material encontrado era “inconsistente” com o nível de enriquecimento declarado pelo Irã na usina de Fordow. O texto pediu que o Irã “esclarecesse as origens dessas partículas”.

Segundo o documento, a AIEA já iniciou discussões com o país.

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Além disso, o estoque iraniano de urânio enriquecido em até 60% também cresceu de 25,2 kg para 87,5 kg desde o último relatório trimestral da instituição.

Desde 2021, a capacidade da agência das Nações Unidas para garantir a natureza pacífica do programa nuclear do Irã foi amplamente reduzida. Naquele ano, autoridades iranianas removeram equipamentos de vigilância e monitoramento da AIEA, que faziam parte do famoso acordo nuclear de 2015, o Plano de Ação Conjunto Global (JCPOA, na sigla em inglês).

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Apesar de não comentar sobre os resultados do relatório, o país reconhece que foi visitado por Massimo Aparo, vice-diretor geral da AIEA, e já convidou também o diretor-geral da instituição, Rafael Grossi, para uma visita ao Irã.

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“Temos um roteiro com a AIEA. E em duas ocasiões, o Sr. Aparo, vice do Sr. Grossi, veio ao Irã nas últimas semanas, e tivemos negociações construtivas e produtivas. E também convidamos o Sr. Grossi para visitar o Irã em breve”, disse Hossein Amir-Abdollahian, ministro das Relações Exteriores do Irã, à emissora CNN. “Portanto, nosso relacionamento com a AIEA está em seu caminho correto e natural.”

Na última terça-feira 28, os Estados Unidos indicaram preocupações com os resultados do relatório, chamando as descobertas de “desenvolvimento muito sério”.

“Estamos em contato próximo com nossos aliados e parceiros na Europa e na região enquanto aguardamos mais detalhes da AIEA sobre esse desenvolvimento potencialmente muito sério”, disse um porta-voz do Departamento de Estado americano.

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