A líder oposicionista da Venezuela, María Corina Machado, e seu candidato à Presidência, Edmundo González Urrutia, contestaram a vitória de Nicolás Maduro, anunciada pelo Conselho Nacional Eleitoral (CNE) nesta segunda-feira, 29, acusando o presidente bolivariano de fraudar as eleições.
“A Venezuela tem um novo presidente eleito, e é Edmundo González”, disse Machado cerca de uma hora depois do anúncio do resultado. “Hoje os derrotamos com os votos em toda a Venezuela. Isso também sabem os membros do Plano República, os militares. O dever da Força Armada Nacional é fazer respeitar a soberania do voto”, completou.
Resultados “impossíveis”
Machado, que foi impedida de concorrer pelo regime chavista – declarada inelegível por supostas irregularidades financeiras, nunca comprovadas –, afirmou estar recebendo as atas eleitorais transmitidas pelo CNE. “E todas as informações apontam que Edmundo recebeu 70% dos votos e Maduro, 30% dos votos. Essa é a verdade.”
“Essa é a eleição com a maior margem de vitória (da história). Parabéns, Edmundo”, enfatizou, prometendo continuar atualizando a população sobre as ações de sua coalizão, a Plataforma Democrática Unitária, para “defender a verdade” diante dos resultados “impossíveis” divulgados pelo CNE.
González se pronunciou logo em seguida, alegando que as normas das eleições foram violadas, já que a oposição ainda não recebeu todas as atas eleitorais. “Nossa mensagem de reconciliação e mudança pacífica continua de pé. Nossa luta continua e não descansaremos até que a vontade do povo da Venezuela seja respeitada”, disse ele.
Apesar da acusação, o candidato da oposição ressaltou que não estava pedindo que seus apoiadores fossem às ruas nem cometessem atos de violência.
Pronunciamento de Maduro
Maduro, por sua vez, se pronunciou em frente ao Palácio de Miraflores, sede do governo em Caracas, minutos após o CNE anunciar sua vitória com 51% dos votos, exigindo respeito ao resultado das eleições. “Temos de respeitar essa Constituição, temos de respeitar o árbitro e que ninguém tente desrespeitar essa bela jornada”, disse o líder venezuelano.
“Sou um homem de paz. Sou um homem de diálogo. Nunca pensei, jamais, em estar em cargo público de relevância. O que sempre me impulsionou foi o espírito de lutar pela Venezuela”, acrescentou o mandatário.