A oposição russa, centralizada na figura de Alexei Nalvany, acusa o presidente, Vladimir Putin de manipular o resultado do referendo que abre margem para ele permanecer no poder até 2036, na Rússia.
O referendo foi aprovado por 78% dos eleitores. O comparecimento foi alto, cerca de 68% eleitores compareceram às urnas. “Estes resultados são falsos e mentirosos”, declarou Nalvany. “Eles não representam a opinião dos cidadãos russos”, afirmou.
Apenas a região Autônoma Nenets Okrug (NAO) disse não à mudança, com cerca de 55% dos votos. Outras regiões, também distantes da capital Moscou, tiveram resultados contrários expressivos. O Kremlin, porém, não vê a situação nessas regiões como “dramáticas”, segundo a agência de notícias semi-estatal Interfax. O governo valia que o resultado reflete o descontentamento da população com questões locais.
Em regiões nas quais os governos locais são praticamente porta-vozes do Kremlin, Putin confirmou o favoritismo. Na Chechênia, que é governada pelo autocrata e defensor do presidente russo, Ramzan Kadyrov, e na Sibéria, 97% dos eleitores deram aval para a reforma constitucional.
Atualmente, a Presidência na Rússia é de seis anos com direito a reeleição. Com a reforma aprovada, os dois últimos mandatos de Putin não serão contados e ele poderá participar do novo pleito novamente em 2024 e, se ganhar, em 2030. Ao todo, o ex-agente da KGB poderá ficar no poder por 32 anos, ultrapassando o governo do ditador soviético Jossef Stalin, que governou o país de 1922 até sua morte, em 1953.
Além do sobrevida que a reforma dará a Putin no poder, ela também altera regras para cargos importantes no governo, proíbe o casamento de pessoas do mesmo sexo, aumenta o salário mínimo e introduz uma breve menção a Deus na Constituição.