Oposição francesa se manifesta contra acordo entre Mercosul e UE
Parlamentares do partido Republicanos assinaram artigo contra o pacto: 'Erro econômico e horror ecológico'
Parlamentares franceses de oposição, do partido de direita Republicanos, assinaram um artigo, divulgado pelo jornal francês Le Parisien neste domingo, 7, contrário ao acordo de livre comércio firmado entre Mercosul e União Europeia.
Para os signatários do artigo, o pacto é “um erro econômico e horror ecológico”. Assinam o texto o deputado e candidato à presidência pelo partido, Guillaume Larrivé, e outros 52 parlamentares do Republicanos. Eles alegam que o acordo, assinado em 28 de junho, “é contrário ao interesse nacional”.
O texto questiona “como justificar a imposição de padrões cada vez maiores aos criadores franceses, ao mesmo tempo em que abrimos nossas portas para produções agrícolas que não as respeitam?”. Os parlamentares de oposição também defendem a criação de uma “barreira ecológica para as fronteiras da Europa para impedir importações de países que não respeitem” os padrões ambientais franceses.
Na avaliação deles, o acordo entre Mercosul e União Europeia “daria o golpe de misericórdia” nos agricultores e pecuaristas franceses e que, por este motivo, se mobilizariam na Assembleia Nacional e no Parlamento Europeu para que o acordo “fatídico” não seja ratificado.
Para entrar em vigência, o acordo assinado precisa ser aprovado pelos Legislativos das nações da União Europeia e pelo Congresso dos quatro países do Mercosul – Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai.
Segundo o Ministério da Economia, o acordo permitirá a expansão de 87,5 bilhões de dólares no produto interno bruto (PIB) brasileiro em quinze anos. Considerando a redução esperada das barreiras não tarifárias e o aumento da produtividade dos fatores dos setores produtos do país, esse ganho poderá chegar a 125 bilhões de dólares. A pasta estima a elevação de 113 bilhões de dólares nos investimentos no Brasil, e o comércio entre Brasil e União Europeia deverá alcançar 100 bilhões de dólares em 2035.