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Oposição volta a marchar contra Maduro

Objetivo é impedir a formação de uma Assembleia Constituinte

Por Da Redação
Atualizado em 1 jul 2017, 16h44 - Publicado em 1 jul 2017, 15h51
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  • A oposição retoma as ruas, neste sábado (1º), no momento em que se completa três meses de seus maiores protestos contra o presidente Nicolás Maduro, em uma Venezuela sem perspectiva de arrefecimento da crise nacional no horizonte próximo – segundo analistas.

    Os manifestantes devem ocupar a principal autoestrada de Caracas para expressar seu apoio à procuradora-geral da Venezuela, Luisa Ortega. Em meio aos protestos que já deixaram 86 mortos, essa chavista histórica se transformou em uma ferrenha adversária de Maduro.

    Na próxima terça-feira (4), a procuradora-geral deve comparecer ao Tribunal Supremo de Justiça (TSJ), que avaliará se ela será processada. Uma decisão nesse sentido pode levar à sua destituição do cargo. Luisa já está proibida de deixar o país e teve seus bens e contas congelados.

    “Todos às ruas para advertir e fazer desconhecer essa manobra”, declarou no Twitter o vice-presidente do Parlamento, deputado Freddy Guevara.

    Luisa Ortega se afastou do governo, denunciando uma ruptura da ordem constitucional por decisões do TSJ que reduziram os poderes do Legislativo.

    Ela também travou uma batalha judicial contra os magistrados da corte e contra a Assembleia Constituinte promovida por Maduro para reformar a Carta Magna. Todos os seus recursos foram indeferidos pela corte.

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    “Todos às ruas. São 92 dias de luta. Vamos rejeitar a aprovação de mérito no caso contra a procuradora”, pediu o parlamentar José Manuel Olivares no Twitter.

    – Escalada do conflito

    Desde seu início em abril, as manifestações aconteceram quase todos os dias, levando, com frequência, a confrontos violentos e a saques. Entre 1º de abril e 19 de junho de 2017, foram registrados 2.675 protestos, que deixaram mais de mil feridos, de acordo com o Observatório Venezuelano de Conflitividade Social (OVCS).

    Já a ONG Foro Penal relata que, nesse período, mais de 3.500 pessoas foram detidas.

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    Na sexta-feira (30), em Barquisimeto (350 km ao oeste de Caracas), homens encapuzados atiraram contra manifestantes que haviam erguido barricadas. Segundo o deputado da oposição Alfonso Marquina, o ataque deixou quatro mortos. O Ministério Público confirmou apenas um desses óbitos.

    Nessa localidade, um militar teria ficado ferido, segundo as autoridades.

    “A Procuradoria também é cúmplice da violência criminal”, denunciou Maduro na sexta à noite.

    Na terça-feira (27), ele já havia denunciado uma tentativa de golpe de setores “extremistas da oposição”.

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    O presidente alega que, nesse dia, o policial Óscar Pérez lançou quatro granadas contra o TSJ, de um helicóptero “sequestrado por ele”, e atirou contra o Ministério do Interior. O episódio não deixou feridos, e o policial continua foragido.

    O analista Mariano De Alba considera que o conflito vai-se intensificar.

    “O governo insiste em sua proposta de Constituinte, o que, caso se concretize, contribuirá para a escalada do conflito. Governo e oposição ainda pensam que podem se impor um ao outro. Não vejo condições para uma negociação”, disse à AFP.

    – Contra o totalitarismo

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    A coalizão Mesa da Unidade Democrática (MUD) anunciou que, na segunda-feira (3), firmará um acordo com setores do chavismo críticos ao governo para rejeitar a Constituinte.

    “Vamos assinar um grande acordo da sociedade contra a imposição do totalitarismo do regime e para trabalhar em unidade para a restituição do marco constitucional”, declarou a dirigente María Corina Machado.

    Já Gonzalo Gómez, líder da Maré Socialista, uma das principais organizações chavistas contrárias a Maduro, garantiu à AFP que ainda não foram procurados pela oposição.

    “Se chegarem a entrar em contato, a gente avalia. Entendemos a necessidade de defender as liberdades democráticas”, comentou.

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    O cientista político Ricardo Sucre também prevê uma escalada da tensão, com a proximidade da votação da Constituinte, em 30 de julho.

    “É muito alta a possibilidade de que atos inesperados de violência ocorram”, disse à AFP.

    (Com AFP)

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