Apontado como um dos principais opositores do agora ex-presidente da Bolívia Evo Morales, o empresário boliviano Branko Marinkovic pediu ao governo brasileiro autorização para retornar a seu país de origem. Asilado no Brasil desde 2010 e refugiado político desde o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff, Marinkovic só pode deixar o Brasil com autorização do Estado brasileiro. O pedido foi encaminhado ao Comitê Nacional para os Refugiados (Conare), subordinado ao ministro Sergio Moro.
O empresário Branko Marinkovic deixou a Bolívia depois de ter sido acusado pelo governo de orquestrar movimentos federalistas para a região de Santa Cruz, no leste do país. Em 2009, uma operação das forças especiais da polícia deixou três mortos no Hotel Las Américas, em Santa Cruz. Na sequência, Evo Morales editou um decreto que permitia expropriar propriedades privadas daqueles que fossem acusados de participação nos assassinatos.
O governo de La Paz elegeu como um dos alvos das expropriações o próprio Marinkovic, um dos últimos dos líderes de direita no país. O empresário boliviano sempre negou as acusações de vínculo com o episódio do Hotel Las Américas. Na sequência, em 2010 entrou no Brasil e, em 2013, adquiriu o status de refugiado político.
Desde a queda de Morales, Marinkovic tem usado as redes sociais para defender uma “nova história” para a Bolívia. “A Bolívia hoje amanhece livre da ditadura. E isso é uma conquista do povo. (…) Temos que começar uma nova história. Uma sem ódios, com unidade, com democracia e com alegria”, afirmou. No Twitter, ele disse esperar estar de volta à Bolívia “nos próximos dias”.