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Opositor de Putin, Alexei Navalny anuncia greve de fome na prisão

Em seu perfil no Instagram, Navalny afirmou sofrer tortura e privação de sono, além de não receber atendimento médico

Por Da Redação Atualizado em 31 mar 2021, 18h56 - Publicado em 31 mar 2021, 18h41

O opositor político russo Alexei Navalny, preso em meados de janeiro, declarou nesta quarta-feira, 31, greve de fome para protestar contra a falha dos funcionários da prisão em fornecer-lhe assistência médica. Em publicação em sua conta no Instagram, se queixou da recusa das autoridades prisionais na entrega de remédios remédios e permitir visitas de seu médico. 

No início do mês, o crítico ao Kremlin afirmou estar detido em um campo de prisioneiros na região de Vladimir, no nordeste da Rússia, conhecida por seu controle rígido. Antes disso, a localização exata dele era desconhecida, depois de ter sido transferido de prisão, sem contato com sua equipe de advogados. 

“O que mais eu poderia fazer?”, escreveu em sua conta no Instagram. “Declarei greve de fome exigindo que eles autorizem a visita de um médico convidado. Então, estou deitado aqui, com fome, mas ainda com duas pernas. “

Ele também protestou contra as verificações de hora em hora que guardas fazem durante a noite, dizendo que equivalem a uma tortura de privação de sono.

A colônia penal corretiva IK-2, a 100 quilômetros de Moscou, não comentou imediatamente. As autoridades da prisão, após examinarem Navalny na semana passada, declararam que sua condição era estável e satisfatória. O Kremlin também não comentou sobre a saúde do opositor. 

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Na segunda-feira, 29, o opositor publicou uma foto granulada com a cabeça raspada. Usando um uniforme de prisão, ele foi retratado em frente a um gráfico de altura.

Ele disse na mesma postagem que foi reprimido duas vezes no no espaço de duas semanas na colônia. Duas advertências são tecnicamente suficientes para serem enviadas para uma cela de punição, disse ele.

“É uma piada desagradável”, escreveu Navalny. “As condições lá (na solitária) são próximas da tortura”. 

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As infrações menores que ele teria cometido incluíam sair da cama 10 minutos antes da ordem oficial, recusar exercícios e uma aula de vídeo, além de usar uma camiseta em uma reunião com seus advogados, disse ele.

Profissionais médicos publicaram uma carta aberta exigindo que o político receba cuidados adequados.

“Tememos pelo pior. Deixar um paciente nessa condição pode levar a consequências graves, incluindo uma perda irreversível, total ou parcial das funções dos membros inferiores”, diz a carta.

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Em meados de janeiro, o crítico foi levado sob custódia policial logo após pousar em um aeroporto de Moscou, vindo da Alemanha, onde havia sido tratado por um envenenamento quase fatal com um agente nervoso da era soviética.

O ativista, que ganhou destaque por suas investigações sobre a riqueza das elites russas, insiste que o envenenamento foi realizado por ordem do presidente Vladimir Putin. O Kremlin negou repetidamente a alegação, mas ainda não lançou uma investigação sobre o ataque.

Ele foi condenado no dia 2 de fevereiro a dois anos de 8 meses de prisão devido a um processo criminal de 2014. A Promotoria o acusou de “violar sistematicamente” as condições da pena emitida há cinco anos, defendendo que a sentença deveria ser cumprida. O opositor sempre afirmou que o caso foi “inventado” contra ele para conter suas ambições políticas.

A prisão desencadeou uma onda de protestos em toda a Rússia e uma repressão policial brutal. Os Estados Unidos e a União Europeia pediram sua libertação e, em uma ação coordenada neste mês, Washington e Bruxelas impuseram sanções a altos funcionários russos. 

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