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Órgão eleitoral do Equador nega pedido da oposição para recontagem de votos

Após derrota, Luisa González acusou fraude em pleito que reelegeu o presidente Daniel Noboa, conhecido pela abordagem linha-dura contra o crime

Por Amanda Péchy Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 24 abr 2025, 16h13

O órgão eleitoral do Equador negou nesta quinta-feira, 24, um pedido do principal partido da oposição do país, o Revolução Cidadã, para recontar votos de milhares de urnas. A líder da legenda, a esquerdista Luisa González, derrotada pelo atual presidente, Daniel Noboa, de direita, denunciou fraude após as eleições.

Autoridades eleitorais e observadores externos já afirmaram que Noboa conseguiu um segundo mandato após vencer com folga o segundo turno das eleições em 13 de abril. O resultado do Conselho Nacional Eleitoral (CNE) apontou sua reeleição com 56% dos votos, contra 44% de González, uma margem de mais de um milhão de votos. Foi um cenário muito diferente do primeiro turno, quando ele ficou à frente por apenas 16.700.

O pedido da recontagem de votos em 1.729 urnas –que, segundo o Revolução Cidadã, estariam com documentação incompleta ou incorreta – foi feito ao CNE na terça-feira 22.

Ausência de irregularidades

Dois dias após o pleito, no dia 15 de abril, a missão de observadores eleitorais da União Europeia afirmou não haver nenhum elemento de fraude no resultado. “Rejeitamos categoricamente essa narrativa”, disse o chefe do grupo de 25 países do bloco que estavam há meses no Equador, o espanhol Gabriel Mato.

Também a missão de observação eleitoral da Organização dos Estados Americanos (OEA) publicou seu informe preliminar e disse que não havia indício de fraude. Criticou, no entanto, que as eleições tenham ocorrido no contexto de um estado de exceção em várias províncias e com duração de dois meses. Os observadores da União Europeia também falaram em uma série de “desequilíbrios” na jornada.

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Na véspera da eleição, Noboa declarou emergência em sete estados, a maioria deles redutos de González, gerando especulações de que ele estivesse tentando suprimir o voto entre apoiadores de González. O sítio restringe atividades sociais e permite que policiais e militares entrem em residências privadas sem permissão.

Antes da decisão do órgão, a presidente do CNE, Diana Atamaint, já havia afirmado ser impossível falar em fraude, já que os dois partidos que disputaram o segundo turno fizeram constante monitoramento da votação nos centros eleitorais com seus delegados partidários.

Linha-dura

Herdeiro da família mais rica do Equador, Noboa elegeu-se para um mandato-tampão em 2023, quando uma crise derrubou o antecessor, Guillermo Lasso, e aproveitou uma onda de popularidade que surgiu com suas iniciativas de combate às gangues, inspiradas em Nayib Bukele, presidente de El Salvador.

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Antes uma ilha de tranquilidade, o Equador foi tomado por chefões do narcotráfico nos últimos anos, quando uma sequência de governos fracos coincidiu com mudanças nas rotas e portos equatorianos passaram a escoar cocaína para os Estados Unidos e a Europa. Mal chegou ao cargo e gangues orquestraram uma série de ataques, matando agentes penitenciários e fazendo apresentadores de TV reféns ao vivo.

Em resposta, Noboa pôs o Exército na rua, anunciou a construção de megaprisões e mudou leis para estender penas. Reeleito, terá de lidar com a economia frágil — apenas 36% dos equatorianos escapam do subemprego — e apagões que duram até catorze horas, efeito de uma seca extrema que afeta as hidrelétricas, em meio à violência que de fato diminuiu, mas está longe de ser controlada: o número de homicídios em janeiro quebrou o recorde mensal.

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