Os 14 candidatos que querem derrubar Maduro nas eleições da Venezuela
Comissão Nacional de Primárias formalizou no sábado o recebimento de candidaturas para eleições internas da oposição venezuelana
A Comissão Nacional de Primárias (CNP) formalizou no último sábado, 23, o recebimento de 14 candidaturas para as eleições internas da oposição venezuelana, previstas para outubro deste ano. Responsável por analisar a viabilidade dos requerimentos, o órgão rege a disputa que procura eleger um único rival para enfrentar o presidente Nicolás Maduro na corrida presidencial de 2024, e divulgará a análise final nesta segunda-feira.
“Podemos dizer que esse grande fluxo de participação das forças democráticas da Venezuela se encontra dentro das primárias. Dentro das suas várias orientações, das suas diferentes visões do processo, estão todos aqui, dentro desta caminhada”, disse o presidente da CNP, Jesús María Casal.
Contra o governo do presidente venezuelano, Nicolás Maduro, os ex-deputados Carlos Prósperi , Freddy Superlano, Delsa Solórzano, María Corina Machado, Roberto Enríquez e Tamara Adrián, bem como os ex-governadores Henrique Capriles , Andrés Velásquez e César Pérez Vivas, concorrem nas primárias.
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Acompanhando a oposição, a ex-juíza Gloria Pinho, o produtor agrícola Luis Farías, o empresário César Almeida, o ex-reitor da entidade eleitoral venezuelana Andrés Caleca e o militante da formação Un Nuevo Tiempo (UNT) José Hernandez também integram a disputa.
Engenheira e professora, María Corina Machado é tida como uma das preferidas para a corrida. Ela, no entanto, afirma que sua candidatura deve enfrentar um processo de “desqualificação imediata” movido por autoridades chavistas. Uma das vozes mais assíduas contra a atual administração, a ex-deputada foi impedida de concorrer nas últimas eleições e enfrentou processo legal por um suposto golpe de Estado e tentativa de assassinato do presidente.
“Decidimos oficialmente solicitar a desqualificação imediata de María Corina Machado”, afirmou o chavista Luis Ratti, por meio das suas redes sociais, em uma ação que supostamente será acompanhada por outras lideranças governistas.
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Apesar da forte pressão, especialistas ouvidos pelo portal de notícias argentino Infobae garantem que a tentativa governista não apresentará os resultados esperados, mas, sim, fortalecerá a campanha de Machado.
“Em sua estratégia, o melhor cenário era que houvesse primárias críveis com um candidato vencedor confortável para o regime. Mas uma candidata como María Corina em potenciais eleições é algo que preocupa muito o chavismo”, explicou o consultor político Miguel Velarde. “(A candidatura) tem se fortalecido não só pela confiança das pessoas, mas também porque a própria Comissão Primária está dando os passos corretos que María Corina vinha exigindo”.
As primárias acontecem em meio a tensões na política venezuelana. Na semana passada, os reitores oficiais do Conselho Nacional Eleitoral (CNE) apresentaram suas renúncias, em uma decisão que deixou o processo de reestruturação interna sob controle de parlamentares chavistas. Como consequência, a oposição descartou o apoio do órgão para a eleição de outubro, apenas semanas depois de ter solicitado pelo seu suporte.