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Otan anuncia envio de navios e caças para leste da Europa

Mais cedo, governos de EUA e Reino Unido ordenaram que famílias de seus diplomatas deixem Ucrânia por 'ameaça de operação militar russa'

Por Da Redação Atualizado em 24 jan 2022, 08h10 - Publicado em 24 jan 2022, 08h09
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  • Em meio ao aumento de tensões envolvendo a presença militar da Rússia na fronteira com a Ucrânia, a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), principal aliança militar ocidental, anunciou nesta segunda-feira, 24, o envio de forças extras e navios e jatos à região.

    De acordo com a aliança, o objetivo é intensificar suas presença de “dissuasão” na área do Mar Báltico e diversos membros da organização de 30 países oferecem tropas e equipamentos. O anúncio foi feito poucas horas depois de os governos de Estados Unidos e Reino Unido ordenarem que famílias de seus diplomatas deixem a Ucrânia por conta da “ameaça persistente de uma operação militar russa”. 

    O Kremlin é contra a possível adesão de Kiev à aliança militar da Otan e vem alertando que uma adesão terá consequências graves. A Otan, por sua vez, afirma que “a relação com a Ucrânia será decidida pelos 30 aliados da Otan e pela Ucrânia, mais ninguém” e acusa a Rússia de enviar tanques, artilharia e soldados à fronteira com a Ucrânia para preparar um ataque.

    As avaliações mais recentes da inteligência dos EUA colocam mais de 50 grupos táticos enviados dentro e nos arredores da fronteira com a Ucrânia. Estes grupos, que normalmente possuem 900 militares cada, são altamente diversificados e representam unidades de combate que possuem artilharia, armas anti-tanque, reconhecimento, engenharia e soldados.

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    Com a decisão da Otan anunciada nesta segunda-feira, a Dinamarca irá enviar uma fragata ao Mar Báltico e aviões de guerra F-16 à Lituânia; a Espanha irá enviar navios para se juntarem à força marítima da aliança e considera enviar caças à Bulgária; a França está em prontidão para enviar tropas à Bulgária.

    “A Otan irá continuar a adotar todas as medidas necessárias para proteger e defender todos os aliados, incluindo ao reforçar a parte oriental da Aliança. Iremos sempre responder a qualquer deterioração de nosso ambiente de segurança, incluindo através do fortalecimento de nossa defesa coletiva”, disse o secretário-geral da Otan, Jens Stoltenberg, em um comunicado.

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    Além da decisão da Otan, ministros das relações Exteriores da União Europeia também buscaram nesta segunda-feira mostrar um novo sinal de apoio à Ucrânia, após conversas entre representantes americanos e russos em Genebra na sexta-feira. Apesar de concordarem em manter diálogos, os representantes destacaram que diferenças significativas ainda persistem.

    “Todos os membros da União Europeia estão unidos. Estamos mostrando união sem precedentes sobre a situação da Ucrânia, com forte coordenação junto aos Estados Unidos”, disse o chefe da diplomacia europeia, Josep Borrell, a repórteres em Bruxelas.

    Perguntado se o bloco pretende seguir a decisão americana de ordenar familiares de funcionários de embaixadas europeias a deixarem a Ucrânia, Borrell afirmou que “não vamos fazer a mesma coisa”, e disse estar disposto a entender os motivos do secretário de Estado americano, Antony Blinken.

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    Em comunicado no domingo, a embaixada americana em Kiev alertou que “a ação militar da Rússia pode ocorrer a qualquer momento e o governo dos Estados Unidos não estará em condições de evacuar cidadãos americanos em tal contingência, portanto, os cidadãos dos EUA atualmente presentes na Ucrânia devem se planejar adequadamente”.

    O Departamento de Estado também autorizou a “saída voluntária de funcionários contratados diretos dos EUA”.

    No sábado, 22, os Estados Unidos enviaram a primeira parte de um pacote de ajuda de US$ 200 milhões aprovado pelo presidente Joe Biden. Cerca de 90 toneladas de munição chegaram a Kiev para fortalecer as defesas da fronteira.

    Em tom similar,  o Reino Unido também anunciou a retirada de alguns diplomatas e funcionários de sua embaixada em Kiev, dizendo que a decisão é uma “resposta à crescente ameaça da Rússia”.

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