A Espanha registrou o mês de outubro mais chuvoso de sua história, o que culminou numa das enchentes mais mortais em décadas no país, anunciou Agência Estatal de Meteorologia espanhola (AEMET) nesta sexta-feira, 8. No mês passado, tempestades provocaram inundações repentinas, que deixaram 220 mortos e 78 desaparecidos, além de terem destruído estradas, pontes e casas em diferentes cidades ao redor do país.
Acredita-se que 42 dos corpos ainda não identificados sejam reconhecidos em breve como parte dos desaparecidos. Segundo a AEMET, a Espanha teve uma média de 147 milímetros de chuva no último mês, número que representa quase o dobro da quantidade de esperada num outubro típico. Além disso, foi um mês quente na Espanha como um todo. Por lá, a média de temperatura ficou em 15,5 °C, 0,9 °C acima do normal.
Na cidade de Turis, por exemplo, choveu em um único dia o equivalente a um ano, com 184,6 milímetros em apenas uma hora. Em 24 horas, foram impressionantes 771 mm. Por pouco, Turis não bateu o recorde nacional da sua vizinha, Oliva, onde foram registrados 817 mm em 1987.
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Mudança climática
Eventos climáticos extremos tornaram-se mais frequentes, mais intensos e mais prolongados globalmente por causa das mudanças climáticas causada pela ação humana. Os dias de chuvas intensas subiram em 61%, ao passo que o período de estiagem passou a ter pelo menos um mês a mais no ano, mostrou um estudo recente da revista científica The Lancet.
Além disso, ondas de calor ficaram quatro vezes mais frequentes nos últimos 30 anos, segundo o Instituto Nacional de Pesquisa Espacial (Inpe). E não para por aí: de acordo com um relatório da Organização Meteorológica Mundial (OMM) das Nações Unidas, o planeta já aqueceu cerca de 1,1°C desde o início da era industrial e as temperaturas continuarão subindo, a menos que os governos de todo o mundo façam cortes acentuados nas emissões de gases poluentes.