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Pais que torturaram filhos são condenados à prisão perpétua nos EUA

O casal David e Louise Turpin se declarou culpado de 14 delitos, incluindo tortura, abuso infantil e sequestro

Por AFP Atualizado em 20 abr 2019, 15h38 - Publicado em 20 abr 2019, 15h14

Um tribunal da Califórnia, nos Estados Unidos, condenou na sexta-feira 19 à prisão perpétua o casal que manteve seus filhos presos dentro de casa e os torturou durante anos. O juiz Bernard J. Schwartz declarou a sentença de David Turpin, 57 anos, e Louise Turpin, 50, durante uma audiência na qual estavam presentes dois de seus filhos biológicos, vítimas de abusos e maus-tratos, que leram depoimentos emocionados.

No dia 22 de fevereiro, o casal Turpin se declarou culpado de 14 delitos, incluindo tortura, abuso infantil e sequestro, e a prisão perpétua estava prevista na ação. “Meus pais tiraram a minha vida, mas estou me recuperando”, disse uma das filhas. “Tudo acontece por uma razão, e o que poderia ser muito ruim me fez mais forte”, acrescentou.

“Não posso descrever em palavras o que passamos quando crescíamos”, disse outro dos filhos. “Às vezes tenho pesadelos com as coisas que passamos, meus irmãos sendo acorrentados, mas isso é passado e este é o presente, mas amo os meus pais e os perdoo por todas as coisas que nos fizeram”, continuou.

David Turpin e Louise choravam enquanto ouviam os depoimentos. O casal foi detido em janeiro de 2018 logo após uma das filhas, que tinha 17 anos na época, ter conseguido escapar da “casa do horror”, localizada em Perris, na região sudeste de Los Angeles, e chamar a polícia.

Os pais foram acusados de tortura, confinamento e abuso infantil de 12 de seus 13 filhos biológicos, que foram espancados e estrangulados, além de serem mantidos desnutridos, com direito a um banho por ano. O casal também nunca os levou ao médico ou dentista. Ambos poderão pedir liberdade condicional em 25 anos.

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“Lamento muito pelo que fiz a meus filhos, eu os amo muito”, disse Louise contendo as lágrimas numa declaração antes de ouvir a sentença. “Nunca quis machucá-los”, disse o pai, David. “Rezo para que se mantenham unidos e que cuidem um dos outros já que o papai e a mamãe não poderão estar aqui”.

Os 13 irmãos estão sob cuidados do serviço de proteção de crianças e adultos do condado. Os dois filhos mais velhos disseram que estão na universidade, vivem em um apartamento e podem se locomover de maneira independente, e que desfrutam de sua nova liberdade e dos amigos que fizeram. Um dos jovens disse que aprendeu a andar de bicicleta e que estuda engenharia de programas. “Aprendi a falar por mim mesmo, a nadar, a comer saudavelmente, a lidar com dinheiro.”

O promotor disse que buscou a declaração de culpa dos Turpin para evitar que os 12 filhos tivessem que testemunhar contra os pais. O juiz Schwartz afirmou ao casal que suas ações foram “egoístas, cruéis e desumanas” e assegurou que não receberam uma sentença pior porque admitiram sua culpa.

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