Pandemia põe Paris no topo de cidades mais caras e faz Nova York despencar
Representando o Brasil, Rio de Janeiro e São Paulo estão 119º lugar, entre 133 cidades de todo o mundo
Paris e Zurique se uniram a Hong Kong no trio de cidades com custo de vida mais elevado, substituindo Singapura e Osaka, aponta um estudo publicado na edição desta quarta-feira da revista The Economist e feito pela Economist Intelligence Unit, empresa de pesquisas ligada à publicação. Nova York, conhecida por seus imóveis pequenos, mas de preços exorbitantes, perdeu um lugar, indo à sétima posição.
O impacto da pandemia de Covid-19 sobre o dólar foi a principal causa da variação do custo de vida em muitos países, destaca a pesquisa. “A pandemia fez com que o dólar perdesse valor, enquanto as moedas do oeste europeu e do norte da Ásia ganharam força, o que teve consequências no preço de bens e serviços”, destacou Upasana Dutt, que está entre os responsáveis pelo estudo.
O maior salto na lista foi de Teerã, que subiu 27 colocações, devido ao impacto das sanções americanas, que encareceram tanto produtos básicos quanto itens importados. Já São Paulo e Rio de Janeiro, as mais caras do Brasil, desceram 23 casas, chegando à 119ª posição, entre 133 cidades de todo o mundo.
Em certas cidades, ações governamentais também impulsionaram mudanças nos preços. A Argentina, representada no ranking pela capital, Buenos Aires, impôs novos controles de preços durante a pandemia em meio à alta demanda por certos produtos. Outros aumentaram impostos para compensar as quedas de receita. A queda do preço do petróleo, por exemplo, fez com que o governo da Arábia Saudita aumentasse o impostor sobre valor agregado (IVA) de 5% para 15%, com início em julho deste ano.
Publicado anualmente, o relatório avalia 133 cidades globais e compara o preço de 138 itens de uso diário em cada uma dessas localidades, como transporte, alimentação, roupas e lazer.
Em todo o mundo, a queda do custo de vida seguiu a dos preços de roupas e calçados, uma vez que pessoas em isolamento e quarentena pararam de comprar peças novas. O aumento do trabalho remoto, por outro lado, levou a um salto na compra de eletrônicos, cujos preços foram os que mais subiram segundo o estudo.
A mudança no estilo de vida dos cidadãos durante a pandemia tem um papel fundamental na mudança de preços em determinadas cidades, ressalta o estudo. Muitas pessoas voltaram a vícios para lidar com o estresse, à exemplo da alta na procura por álcool, fazendo com que os preços aumentassem. Fumantes também estão pagando mais: todas as cinco cidades australianas no índice tiveram aumentos de mais de 10% em preços de tabaco.
“Paris e Zurique se uniram a Hong Kong no topo da lista devido à alta do euro e do franco suíço”, indica o relatório, segundo o qual os preços em Singapura caíram principalmente devido à redução da demanda causada pelo êxodo de trabalhadores estrangeiros.
Em Osaka, terceira maior cidade do Japão, “os preços de bens de consumo ficaram estagnados e o governo japonês subsidiou custos como o do transporte público”, assinala o texto.
Devastada pela guerra, Damasco, na Síria, é a cidade com o menor custo de vida entre as listadas, seguida por Tashkent, no Uzbequistão, Lusaka, na Zâmbia, e Caracas, na Venezuela.
Confira abaixo a lista das dez cidades mais caras do mundo, segundo a Economist Intelligence Unit:
- (1) Paris, França
- (1) Zurique, Suíça
- (1) Hong Kong, China
- (4) Cidade de Singapura, Singapura
- (5) Osaka, Japão
- (5) Tel Aviv, Israel
- (7) Nova York, Estados Unidos
- (7) Genebra, Suíça
- (9) Los Angeles, Estados Unidos
- (9) Copenhagen, Dinamarca