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Papa diz temer ‘derramamento de sangue’ na Venezuela

Pontífice pediu que o país não siga o exemplo da Colômbia, palco de massacres recentes; o número de mortos nas manifestações contra Maduro subiu para 35

Por Da Redação
28 jan 2019, 22h24
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  • O Papa Francisco declarou nesta segunda-feira, 28, que teme “um derramamento de sangue” na Venezuela, na iminência de mais uma semana de protestos contra o presidente contestado Nicolás Maduro.

    Desde quarta-feira 23, a crise política no país sul-americano vive um novo capítulo, com o líder da Assembleia Nacional, o oposicionista Juan Guaidó, se proclamando chefe de um governo transitório, legitimado por potências como os Estados Unidos e apoiado por quase todos os vizinhos regionais. 

    À bordo do avião papal, voltando para Roma depois de uma visita de cinco dias ao Panamá, Francisco disse aos repórteres que neste momento, apoia o povo venezuelano pois “são eles que estão sofrendo”, e reiterou que deseja uma “solução justa e pacífica” para a situação no país, pedindo que a nação se afaste do exemplo recente da Colômbia, onde a explosão de um carro-bomba matou 21 pessoas na capital, Bogotá.

    “Temo um derramamento de sangue, o problema da violência me assusta. Depois de todos os esforços feitos na Colômbia, o que aconteceu na academia de polícia foi terrível. Banhos de sangue não resolvem nada”, disse, relembrando as conversas por um acordo de paz que eram conduzidas pelo ex-presidente colombiano, Juan Manuel Santos, e interrompidas pelo novo governo.

    Um jornalista mexicano também pediu que Francisco desse uma declaração aos venezuelanos que “queriam ouvir palavras de seu papa latino-americano”. Ele então enfatizou que não assume uma posição intervencionista na questão do país, pois “seria uma imprudência pastoral” de sua parte que “poderia causar danos.”

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    Apesar dos apelos do pontífice, desde o início dos distúrbios ocorridos na Venezuela, na quarta-feira 23, pelo menos 35 pessoas já morreram e 850 foram detidas, segundo informações do Observatório Venezuelano de Conflito Social (OVCS), crítico do governo de Maduro. À AFP, eles ainda informaram que as mortes, causadas principalmente por armas de fogo, ocorreram em Caracas e nos estados de Táchira, Barinas, Amazonas, Bolívar e Portuguesa.

    (com Reuters, Estadão Conteúdo) 

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