Papa Francisco segue com bronquite e pede ajuda a padre para que leia discurso
Na semana passada, papa havia dito a fiéis que estava com uma 'forte gripe', que depois o Vaticano definiu como uma bronquite

O papa Francisco disse nesta quarta-feira, 12, que ainda sofre de bronquite e pediu para que um padre lesse seu discurso em audiência semanal no Vaticano. No domingo, 9, o pontífice sentiu dificuldade para respirar e teve de interromper a leitura da homilia durante uma missa na Praça São Pedro, parte do Jubileu das Forças Armadas, nas celebrações pelo Ano Santo.
“Eu, com minha bronquite, ainda não consigo [ler]“, explicou Francisco. “Espero que da próxima vez eu consiga.”
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O papa, de 88 anos, permaneceu presente durante toda a audiência, falando em diferentes momentos. Ele segue normalmente com a agenda e tem conduzido reuniões na residência do Vaticano. Na véspera, ele fez uma aparição em vídeo no festival de música de Sanremo, na Itália.
Na semana passada, o papa havia dito a fiéis que estava com uma “forte gripe”, que depois o Vaticano definiu como uma bronquite, doença que o levou a ser internado em 2023. Dono de uma saúde frágil, Francisco vive sem parte de um dos pulmões, que precisou remover devido a cistos, desde os seus 21 anos. Com isso, é mais suscetível a problemas respiratórios, como é o caso da bronquite.
Embora tenha sido hospitalizado em 2023 devido a problemas no intestino, e de sofrer com outros problemas de saúde, como mobilidade reduzida (ele usa bengala e cadeira de rodas) e resfriados, ele escreveu em sua autobiografia, publicada no ano passado, que tinha uma “boa saúde”, acrescentando: “Se Deus quiser, ainda há muitos projetos a realizar”.
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Sem chances de abdicar
Apesar dos sustos com a saúde, o pontífice reitera, de tempos em tempos, que retirar o Anel do Pescador de seu dedo antes da morte é quase impossível. Em fevereiro de 2023, Francisco disse a colegas jesuítas que a renúncia de papas não deveria se tornar uma “moda” e só poderia ocorrer em circunstâncias excepcionais, segundo um artigo publicado no jornal italiano La Stampa. Na ocasião, ele também teria destacado que “o ministério papal deve ser vitalício”.
Há, contudo, um plano arquitetado para caso precise abandonar o posto. Também na sua autobiografia, Vida: Minha História Através da História, ele sanou as dúvidas sobre o que faria se precisasse abdicar por questões de saúde, adiantando que já havia assinado “no início do pontificado a carta com a renúncia que está depositada na Secretaria de Estado”.