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Papa leva mensagem sobre migração à Jornada Mundial da Juventude do Panamá

Em sua 26ª viagem como pontífice, Francisco abordará também a pobreza e a corrupção na América Latina

Por Denise Chrispim Marin 22 jan 2019, 20h56

O papa Francisco faz sua primeira viagem ao Panamá nesta quarta-feira, 23, para o encontro de mais de 150.000 jovens católicos de todo o mundo. Na Jornada Mundial da Juventude deste ano, o pontífice promete abordar temas como pobreza, a corrupção e a migração na América Latina, região onde nasceu.

Francisco visitará na sexta-feira, 25, um centro de detenção de jovens em Pacora, nos arredores da Cidade do Panamá. “Foi algo que veio do coração do papa”, segundo o porta-voz do Vaticano, Alessandro Gisotti. Também irá a um centro para jovens com aids no seu último dia de sua viagem.

“O papa quer se aproximar dos jovens, daqueles que estão sofrendo, e enviar uma mensagem de esperança”, disse Gisotti. “Nossa juventude, especialmente na América Central, precisa de oportunidades”, disse o arcebispo panamenho José Domingo Ulloa, em Roma, para sublinhar em seguida a “dura realidade” que os faz escolher entre migrar ou “cair nas garras dos narcotraficantes”.

Esta é a primeira vez que Francisco visita o Panamá, na condição de sumo pontífice da Igreja Católica, será sua 26ª viagem como papa. Também será também sua terceira Jornada Mundial da Juventude. O papa presidiu a de 2013, logo após ser escolhido pelo conclave, no Rio de Janeiro, em 2013, e depois a de Cracóvia, na Polônia, em 2016.

Na Polônia, o papa desafiou os governos conservadores da Europa central e do leste a diminuir a resistência aos migrantes que buscam refúgio dos conflitos no Oriente Médio.

De maneira semelhante, o papa deverá abordar as caravanas migratórias de El Salvador, da Nicarágua e de Honduras até a fronteira dos Estados Unidos, apesar da oposição do presidente americano, Donald Trump, que adotou uma política draconiana em 2018 e ainda mantém seu projeto de construção de um muro na divisa com o México.

“Muitos dos jovens que participam da Jornada Mundial da Juventude são imigrantes”, declarou Gisotti. “A imagem recente das caravanas de migrantes da América Central, com todo o seu sofrimento, ficará por muito tempo na memória”, disse Ulloa.

Milhares de centro-americanos atravessam a fronteira para o México a cada ano, indo em direção ao norte em busca de uma vida melhor. Outros milhões fogem do colapso econômico e da repressão política na Venezuela, sobrecarregando os serviços sociais nos países vizinhos.

Em uma mensagem por ocasião da proximidade do evento, Francisco disse que os jovens, tanto os que creem quanto os que não creem, têm uma “força que pode mudar o mundo”.

Na sexta-feira 18, disse em uma mensagem de vídeo separada para a Jornada Mundial da Juventude Indígena, que ocorrerá em Soloy, no Panamá, que mantenham suas culturas e raízes e lutem contra a marginalização, a exclusão, o desperdício e o empobrecimento.

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“Retornem às culturas nativas. Cuidem das raízes, pois das raízes vêm a força que fará com que vocês cresçam, prosperem e deem frutos”, afirmou a centenas de jovens católicos indígenas que se reunirão nesse evento, na  semana que vem.

Combater a pobreza será um tema-chave. A pobreza extrema na América Latina atingiu seu nível mais alto em nove anos em 2017, de acordo com um relatório da Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (Cepal). Segundo esse documento, mais de 10% dos latino-americanos – 62 milhões de pessoas – vivem na “extrema pobreza”.

(Com AFP)

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