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Papa oferece o Vaticano como possível mediador na Venezuela

Para oposição, Maduro usa as negociações como tática para ganhar tempo e reprimir protestos; pontífice quer o aval dos dois lados

Por Da Redação
5 fev 2019, 18h29

O papa Francisco disse nesta terça-feira, 5, que o Vaticano estaria disposto a mediar a crise política na Venezuela se ambos os lados – o regime de Nicolás Maduro e a oposição – pedissem. O pontífice ressaltou, contudo, que antes de qualquer iniciativa ser tomada, medidas preliminares devem ser executadas para tentar aproximá-los.

Falando aos repórteres a bordo de seu avião enquanto retornava de sua visita aos Emirados Árabes Unidos, Francisco confirmou que o presidente venezuelano Nicolás Maduro  lhe havia escrito uma carta, mas que ele ainda não a havia lido.

Maduro disse à emissora italiana Sky TG24 na segunda-feira 4 que enviou a carta ao papa “para ajudar no processo de facilitar e reforçar o diálogo”.

Questionado sobre um possível esforço de mediação direta do Vaticano, o papa disse: “Vou ler a carta e ver o que pode ser feito, mas a condição inicial é que ambos os lados a solicitem. Estamos dispostos.”

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Dado o fracasso das rodadas anteriores de diálogo, incluindo uma liderada pelo Vaticano, os oponentes estão desconfiados, acreditando que Maduro os usa para reprimir protestos e ganhar tempo.

Francisco acrescentou que uma mediação formal deveria ser vista como o último passo na diplomacia. Ele afirmou também que algumas medidas preliminares devem ser tomadas primeiro pelo Vaticano e outros membros da comunidade internacional antes das negociações.

Ele disse que isso incluiria esforços para “tentar aproximar um lado do outro, iniciar um processo de diálogo”.

As declarações do papa vêm logo após diversas nações europeias se unirem aos Estados Unidos, ao Brasil e a outros países sul-americanos em sua decisão de reconhecer o líder da oposição Juan Guaidó como presidente interino da Venezuela.

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Guaidó é presidente da Assembleia Nacional e se autoproclamou chefe de Estado no último dia 23, afirmando que Maduro “usurpou” o poder nas eleições de maio de 2018, que não tiveram a participação da oposição.

(Com Reuters)

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