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Para Lula, EUA estão mais polarizados que o Brasil

Segundo ele, brasileiros não têm a 'cultura de ódio' que persiste entre a população americana

Por Amanda Péchy e Mafe Firpo
Atualizado em 10 fev 2023, 17h05 - Publicado em 10 fev 2023, 15h54

Em uma entrevista à CNN nesta sexta-feira, 10, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou, antes de se encontrar com o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, na Casa Branca, que as divisões existentes no Brasil não eram piores que a polarização política americana.

“Aqui também há uma divisão, muito mais, ou tão grave quanto no Brasil – democratas e republicanos estão muito divididos. Ame-o ou deixe-o, é mais ou menos o que está acontecendo”, comentou Lula à repórter Christiane Amanpour, em Washington.

Segundo ele, no Brasil não existe a “cultura de ódio” que persiste nos Estados Unidos. “Aqui temos mais paz, não somos um povo que quer brigar”, alegou.

Ambos os chefes de Estado viram prédios governamentais de seus respectivos países invadidos e saqueados pela extrema direita após as eleições presidenciais.

“Nunca poderíamos imaginar que, em um país que era o símbolo da democracia no mundo, alguém pudesse tentar invadir o Capitólio”, acrescentou.

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+ A dura advertência de Joe Biden à China

Nos Estados Unidos, no dia 6 de janeiro de 2021, apoiadores do ex-presidente republicano Donald Trump invadiram o Capitólio para contestar a vitória de Biden. As semelhanças ao ataque de 8 de janeiro a Brasília incluem o alinhamento próximo do ex-presidente Jair Bolsonaro a Trump.

Lula chamou o ex-presidente brasileiro de “fiel imitador de Trump”, afirmando que ambos “não gostam de sindicatos. Eles não gostam do setor de negócios. Eles não gostam de trabalhadores, não gostam de mulheres. Eles não gostam de negros”.

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Apesar disso, Lula afirmou não estar convencido de que a maioria das pessoas que votou em Bolsonaro siga a ideologia do bolsonarismo, uma clara diferença em relação aos trumpistas nos Estados Unidos. Ele também garantiu que o ex-presidente não voltaria ao poder.

“Não há chance de Bolsonaro voltar à Presidência da República”, declarou, mas enfatizou que a narrativa de extremismo é forte ao redor do mundo inteiro. O presidente citou não só os Estados Unidos, mas França, Espanha e Hungria.

“Se não tivermos cuidado, vamos voltar à narrativa do nazismo. Vamos conversar com Biden para retomar relações do Brasil com os Estados Unidos, queremos que duas grandes nações democráticas possam ajudar a fortalecer a democracia no continente americano e no mundo”, explicou.

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Encontro com Biden

No encontro entre os presidentes, espera-se que o foco da conversa se concentre não só no combate às mudanças climáticas, mas também em estratégias para acabar com o extremismo antidemocrático.

Ao fazer um convite antecipado a Lula para visitar a Casa Branca, Biden cria expectativa de cultivar laços mais estreitos para demonstrar seu apoio a um dos principais líderes do Ocidente.

Após a vitória de Lula nas urnas em outubro, o democrata deu um rápido telefonema ao presidente eleito para demonstrar apoio (Bolsonaro demorou 38 dias para fazer o mesmo com Biden). A medida foi considerada bem recebida pelo governo do petista, que enxergou a atitude como um sinal de que o líder americano tentava restaurar os laços entre as duas nações.

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+ Os principais temas da reunião entre Lula e Biden

Quando Biden era vice-presidente, no governo de Barack Obama, ele se encontrou rapidamente com Lula no Chile. Atualmente, ambos procuram aprofundar o que tradicionalmente tem sido chamada de uma “relação bilateral importante” entre as nações. Nos últimos anos, as negociações eram envoltas em tensão, principalmente pelas grandes diferenças entre o democrata e Bolsonaro

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