Partidos de oposição do Paraguai anunciaram nesta quarta-feira o pedido de impeachment contra o presidente, Mario Abdo, e o vice-presidente Hugo Velázquez, por conta do escândalo em torno de um polêmico acordo energético com o Brasil.
Políticos e parlamentares reagiram contra a assinatura do acordo, que estabelece um cronograma para a compra de energia gerada pela hidrelétrica binacional Itaipu até o ano de 2022.
O acordo – fechado em maio, mas conhecido publicamente apenas na semana passada– elevará os custos para a empresa estatal de eletricidade do Paraguai em mais de 200 milhões de dólares, segundo o ex-diretor da entidade.
“Vamos preparar a documentação necessária para o processo por traição à pátria, isso significa mau desempenho… e serão necessárias novas eleições”, disse a jornalistas Efraín Alegre, presidente do Partido Liberal, a principal sigla de oposição no país.
O processo de impeachment deve ser iniciado na Câmara dos Deputados, onde são necessários 53 votos para a acusação. Em seu bloco, a oposição reúne apenas 38, portanto a abertura do processo dependerá dos votos do Honor Colorado, movimento dissidente do partido de governo liderado pelo ex-presidente Horacio Cartes.