O Parlamento inglês aprovou nesta quarta-feira, por 522 votos a 13, o plano da primeira-ministra Theresa May de realizar uma eleição nacional antecipada. A Inglaterra só teria uma eleição nacional em 2020, mas May anunciou na terça-feira que pediria a antecipação da votação para 8 de junho deste ano.
A medida apoiada pela primeira-ministra é uma forma de tentar fortalecer a posição do governo inglês nas negociações com a União Europeia sobre a saída do bloco. A premiê precisava do apoio de mais de dois terços dos 650 membros do Parlamento para conseguir aprovar a eleição antecipada e conseguiu superar a meta com folga.
A eleição escolherá novos membros para a Câmara Baixa do Parlamento. O partido que conquistar a maioria escolhe o premiê, um cargo que, segundo pesquisas, continuará ocupado por May. A premiê deve sair do pleito fortalecida para a discussões com UE e ficar menos dependente do apoio de outros partidos e de representantes que defendem um rompimento completo com o bloco.
A conservadora May assumiu o poder em julho, pouco tempo depois de os ingleses votarem a favor do Brexit, e tem maioria parlamentar de 17 legisladores. Segundo a premiê, porém, falta unidade entre os representantes para conduzir um processo ordenado de saída do bloco. “O país está se unindo, mas Westminster não”, afirmou May na terça. “Eu concluí que o único jeito de garantir certeza e segurança nos anos que virão é realizar esta eleição”, explicou.
May já havia afirmado em diversas oportunidades que não adiantaria a eleição, porém, explicou ter mudado opinião ao sentir que o “jogo político” de outros partidos inviabilizaria as conversas sobre o Brexit. “Se não fizermos uma eleição geral agora, seu jogo político vai continuar e as negociações com a UE chegarão a seu momento mais difícil até o próximo pleito previsto”, disse May.