Parte de cerco de Trump, Pentágono planeja demitir de 50 a 60 mil funcionários

O Pentágono planeja cortar de 50 a 60 mil funcionários civis da sua força de trabalho através do programa de demissão voluntária, segundo reportagem da emissora americana ABC News, com base em documentos do Departamento de Defesa, publicada na terça-feira 18. O número faz parte dos planos do órgão federal de cortar entre 5% a 8% dos servidores civis.

No anúncio, uma autoridade sênior afirmou que o secretário de Defesa, Pete Hegseth, “está confiante de que (a meta) pode ser alcançada sem impactar negativamente a prontidão”, de forma a permitir que “recursos sejam alocados na direção certa”.

Até o momento, cerca de 21 mil funcionários civis já tiveram seus contratos rescindidos voluntariamente, por meio do Programa de Demissão Diferida (DRP). A iniciativa permite que continuem recebendo seus salários até o fim do ano fiscal, em 30 de setembro. Dados obtidos pela ABC News apontaram que o número de pedidos foi ainda maior, por volta de 31 mil, mas parte deles foi negada.

O Departamento de Defesa também iniciou a demissão de 5.400 funcionários civis em estágio probatório – como são chamados trabalhadores em período de avaliação, que estão no cargo há menos de dois anos. O corte, no entanto, foi temporariamente bloqueado por uma ordem de um juiz federal na semana passada. Ao mesmo tempo, o Pentágono congelou a contratação de 6 mil pessoas, que ingressam todo mês, em média.

Uma fonte disse à ABC News que os servidores demitidos não foram escolhidos “às cegas com base no tempo em que foram contratados”, mas, sim, porque “foram documentados como tendo desempenho significativamente abaixo do esperado em suas funções de trabalho e/ou tinham má conduta registrada”.

“O fato de alguém ser um funcionário em estágio probatório não significava diretamente que ele estaria sujeito à remoção”, disse a autoridade à emissora, ao passo que se recusou a detalhar quais são as medidas de “redução de força” implementadas por Hegseth. “Será prerrogativa do Secretário designar como e quando ele pode usar qualquer uma das outras ferramentas que estariam disponíveis para ele atingir as metas de redução declaradas”, acrescentou.

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Planos de Trump

Trata-se de um novo capítulo do plano do presidente americano, Donald Trump, de desinchar a máquina estatal ao demitir funcionários de suposta baixa produtividade e, por consequência, reduzir os gastos do governo. A controversa empreitada é liderada pelo magnata Elon Musk, um dos principais conselheiros do republicano, que está à frente do Departamento de Eficiência Governamental (Doge, na sigla em inglês).

Além disso, em fevereiro, o Pentágono anunciou que pessoas transgênero serão removidas do Exército dos Estados Unidos, a menos que recebam alguma forma de isenção. Elas também serão proibidas de ingressar nas Forças Armadas. Ao retornar à Casa Branca, em 20 de janeiro, Trump assinou um decreto que especificamente mirava militares trans, afirmando que um homem que se identifica como mulher “não era consistente com a humildade e a abnegação exigidas de um membro do serviço”.

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