Dois dias após o assassinato do ex-premiê Shinzo Abe, que governou o Japão por mais tempo na história do país, a coalizão do seu partido é apontada como a grande vencedora nas eleições parlamentares realizadas neste domingo, 10. Resultados preliminares da votação para o Senado japonês mostram o Partido Liberal Democrata, que governa o país, e seu principal aliado com a maioria das cadeiras na casa legislativa.
O último dia de campanha, no sábado, ocorreu com esquemas de segurança reforçados e líderes partidários pedindo apoio à democracia e denunciando a violência política. Abe foi morto na sexta-feira enquanto fazia um comício em apoio a uma aliada nas eleições.
Neste domingo, o assassino do ex-premiê foi levado pela polícia ao encontro de promotores para um depoimento sobre o caso. Na véspera, o chefe de polícia na província de Nara, onde o ex-premiê foi morto, reconheceu que houve falhas de segurança e disse que “todas as medidas necessárias” serão tomadas na investigação do caso.
A coalizão do PLD de Abe deve assegurar ao menos 143 dos 248 assentos na câmara superior do Congresso japonês, segundo projeções do país. Com o resultado, o primeiro-ministro Fumio Kishida deve governar sem interrupções até as próximas eleições, previstas para 2025. Kishida e veteranos do partido fizeram um minuto de silêncio na sede do PSD antes de colocarem os tradicionais laços brancos ao lado dos nomes dos candidatos eleitos.
Desde o assassinato na sexta, líderes de todo o espectro político do Japão repudiaram a violência contra a democracia e ressaltaram a importância da liberdade de expressão. “Nossa missão de proteger a democracia continua”, disse o primeiro-ministro.