Quase dois meses após as eleições parlamentares na Alemanha, os três partidos que negociavam a formação de um governo chegaram a um acordo de coalizão nesta quarta-feira, 24. Olaf Scholz, do Partido Social-Democrata (SPD) de centro-esquerda, substituirá Angela Merkel como novo chanceler.
O desenho final do governo negociado entre o SPD, os Verdes e o partido Liberal Democrático (FDP) será anunciado em uma coletiva de imprensa na tarde desta quarta. A indicação de Scholz deve ser confirmada pelo Bundestag (Parlamento) na semana do dia 6 de dezembro.
Com isso, Merkel deixará o poder após 16 anos. Seu partido, a União Democrata Cristã (CDU), também estará fora do governo.
Scholz é o atual ministro das Finanças, mas já serviu como ministro do Trabalho e prefeito de Hamburgo. Considerado extremamente pragmático, já foi alvo de piada ao ser apelidado de “Scholzomat”, uma brincadeira com seu nome e a palavra “automat”, sugerindo que seria mais próximo de uma máquina do que de um ser humano.
Os detalhes do acordo ainda não foram revelados, mas segundo a imprensa alemã o governo terá como prioridade combater o aquecimento global e a promoção de tecnologias digitais. A aliança se comprometerá a abandonar o uso do carvão até 2030, oito anos antes do planejado, e tirar o gás de sua malha energética até 2040, além de acelerar a transição para veículos elétricos.
O SPD foi o partido mais votado nas eleições gerais de 26 de setembro, com 25,7% dos votos. O Partido Verde obteve o melhor resultado da sua história, com 14,8%, e os liberais alcançaram 11,5%.
A CDU e seu partido irmão União Social Cristã (CSU), ambos conservadores, amargaram o pior resultado de sua história, com 24,1% dos votos. Uma repetição da aliança atual com o SPD foi descartada por ambos os partidos.