Pelo menos 70 morrem em deslizamentos de terra no sul da Índia
Centenas de pessoas perderam suas casas, enquanto um rio de lama provocado por fortes chuvas avança no estado de Kerala
Pelo menos 70 pessoas morreram e dezenas estão desaparecidas após deslizamentos de terra provocados por fortes chuvas no estado de Kerala, no sul da Índia, nesta terça-feira, 30.
Três deslizamentos de terra atingiram o distrito montanhoso de Wayanad, parte da cordilheira dos Gates Ocidentais, nas primeiras horas da terça-feira, destruindo casas e deixando pessoas e veículos sob a terra lamacenta. Centenas de pessoas dormiam enquanto tiveram suas casas levadas ou esmagadas.
“A situação continua muito grave”, disse Venu Vasudevan, o secretário-chefe do estado. “Temos cerca de 70 corpos que chegaram aos nossos hospitais. Temos notícias de que mais pessoas estão desaparecidas e o número de vítimas pode aumentar.”
O primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, prometeu esforço total nas operações de resgate e anunciou uma indenização de 200 mil rúpias (cerca de R$ 13.400) para as famílias das vítimas e 50 mil rúpias (cerca de R$ 3.300) para os feridos.
O distrito de Wayanad e suas áreas vizinhas ainda estão sob alerta devido à previsão de mais chuvas fortes nos próximos dias. Instituições de ensino foram fechadas em 10 dos 14 distritos.
O estado de Kerala tem sido atingido por tempestades irregulares com cada vez mais frequência. Em 2018, inundações provocadas por chuvas intensas deixaram quase 500 pessoas mortas.
Operações de resgate
As operações de resgate em andamento foram prejudicadas pela destruição ou bloqueio de estradas e pontes, enquanto um rio de lama avança pela região. Pelo menos quatro vilas ficaram completamente isoladas.
Uma ponte que conecta os bairros de Mundakkai e Attamala a Chooralmala desabou, dificultando ainda mais o deslocamento das equipes de resgate. As autoridades solicitaram que o exército construa uma travessia temporária para substituir a ponte e facilitar o acesso ao bairro de Chooralmala. Enquanto a estrutura de emergência não fica pronta, socorristas utilizam cordas para resgatar as vítimas.
“A situação é séria. O governo pressionou todas as agências para o resgate”, disse o ministro das Florestas, A. K. Saseendran.