Uma declaração dada pelo vice-presidente americano Mike Pence em 2002 está causando alvoroço nos Estados Unidos. Em entrevista ao jornal The Hill, o republicano disse que nunca janta sozinho com mulheres (exceto sua esposa, claro) e que não comparece a eventos em que esteja sendo servido álcool sem a presença de sua mulher.
A revelação foi relembrada em um perfil da esposa do político, Karen Pence, publicado pelo Washington Post na quarta-feira.
Em um ambiente cada vez mais polarizado depois da eleição de Donald Trump, a postura do evangélico conservador Pence dividiu opiniões.
Eleitores e outros jornalistas também se manifestaram nas redes sociais. Muitos americanos tacharam a declaração do vice-presidente de machista e antiquada e questionaram se o político recusaria um jantar com a primeira-ministra inglesa Theresa May ou com a chanceler alemã Angela Merkel. Por outro lado, eleitores republicanos conservadores criticaram a imprensa americana por não respeitar a decisão pessoal de Pence.
O caso também acendeu a discussão sobre outros políticos que não realizam reuniões privadas ou jantares oficiais somente com mulheres. Uma pesquisa realizada pela revista National Journal com mulheres que trabalham no governo dos EUA descobriu que “várias funcionárias reportaram que foram impedidas de acompanhar seus patrões em eventos noturnos, ficar sozinhas em carros com senadores e deputados ou até mesmo conversar em particular em seus escritórios por medo de que outras pessoas tivessem uma impressão errada”.