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Peru descobre complexa cidade pré-histórica mais antiga que Machu Picchu

Peñico, construída há cerca de 3.500 anos, foi um centro estratégico entre a costa, os Andes e a Amazônia; sítio arqueológico será aberto ao público

Por Júlia Sofia Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 8 jul 2025, 14h54 - Publicado em 8 jul 2025, 14h54

O governo do Peru anunciou a abertura do sítio arqueológico de Peñico, uma cidade com mais de 3 mil anos localizada na província de Huaura, cerca de 200 quilômetros ao norte de Lima. Após oito anos de escavações, o local foi adaptado para o turismo e hoje conta com centro de interpretação, rotas de visitação e infraestrutura para receber o público. O anúncio foi feito na última quinta-feira 3, e o local será aberto ao público no próximo sábado, 12 de julho.

Situada a cerca de 600 metros acima do nível do mar, Peñico ocupava um ponto estratégico entre comunidades da costa do Pacífico e assentamentos nos Andes e na Amazônia. Pesquisadores acreditam que a cidade tenha funcionado como um importante centro de comércio e intercâmbio cultural entre essas regiões.

Oito anos de pesquisa levaram à identificação de dezoito estruturas no local, entre edifícios públicos e áreas residenciais. Entre os achados de destaque está um edifício público monumental conhecido como B1-B3, onde foram encontrados objetos cerimoniais, esculturas de barro e desenhos de instrumentos musicais feitos de conchas marinhas — os pututus, utilizados em rituais e eventos religiosos.

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Segundo especialistas, estes desenhos poderiam identificar o edifício como um espaço importante de atividade administrativa e ideológica, informou a agência de notícias EFE.

A inauguração coincide com a realização do primeiro Peñico Raymi, festival que celebra a herança cultural do local com cerimônias tradicionais, arte e homenagens à deusa Pachamama, símbolo da fertilidade e da terra na visão andina.

História e relevância

A cidade teria surgido após o declínio de Caral, considerada a civilização mais antiga das Américas. “Esse assentamento seguiu a tradição cultural de Caral, mas com papel próprio e estratégico”, afirmou em comunicado a arqueóloga Ruth Shady, que liderou a pesquisa recente sobre Peñico e é diretora da Zona Arqueológica Caral, órgão vinculado ao Ministério da Cultura do Peru.

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Caral conta com 32 monumentos, incluindo grandes estruturas piramidais, uma irrigação agrícola sofisticada e assentamentos urbanos. Acredita-se que tenha se desenvolvido isoladamente de civilizações primitivas similares na Índia, no Egito, na Suméria (atual Iraque) e na China.

Os arqueólogos também acreditam que a cidade teve importância econômica, especialmente pelo possível papel no comércio de hematita, um pigmento vermelho com forte valor espiritual na tradição andina.

O Peru abriga muitas das descobertas arqueológicas mais importantes das Américas, como a cidade inca de Machu Picchu, nos Andes, e as misteriosas Linhas de Nazca, esculpidas no deserto.

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