Em uma disputa que se mostra cada vez mais acirrada, uma nova pesquisa coloca, pela primeira vez, Marine Le Pen à frente de Emmanuel Macron em um provável segundo turno na eleição francesa. A diferença, no entanto, entraria dentro da margem de erro, com o atual presidente somando 49,5% dos votos e a maior opositora 50,5%.
A pesquisa, publicada nesta semana pela Atlas Intel, contrasta com a maior parte das sondagens recentes, que colocam Macron como vitorioso no segundo turno, mas com margem cada vez menor. Os eleitores franceses vão às urnas para o primeiro turno no próximo domingo, 10, e volta ao segundo em 24 de abril.
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Ainda assim, de acordo com a consultoria, Macron vence o primeiro turno com cerca de 27% dos votos, enquanto Le Pen não passaria dos 21%. Atrás deles fica o líder da esquerda, Jean-Luc Mélenchon, com 18%.
No início desta semana, Le Pen, candidata da extrema-direita, alcançou o que era até então seu índice mais alto neste ano, com 48,5% das intenções de voto em um provável segundo turno. A Harris Interactive, em uma pesquisa para o semanário de negócios Challenges, disse que uma possível vitória de Macron — que, nos últimos meses, era dada como certa — ocorreria agora dentro da margem de erro.
“Esta é a primeira vez em que os dois finalistas (das eleições presidenciais) de 2017 são testados tão de perto”, afirmou a empresa em comunicado, acrescentando que, em março, a vantagem de Macron variou entre 53-47% e 58-42%. Em 2017, Macron venceu o segundo turno com 66,1% dos votos contra 33,9% para Le Pen.
Também nesta semana, uma pesquisa da OpinionWay e Kéa Partners para o jornal Les Echos e a Radio Classique também previa uma margem de vitória de 53% a 47% para Macron.
Apesar de a pesquisa da Harris Interactive indicar a vitória de Macron, assim como todas as outras sondagens feitas no mês passado, a diferença de apoio é notável.
Em vez de se concentrar em questões de imigração e segurança, temas valiosos na eleição passada, Le Pen ajustou sua plataforma econômica e fez campanha para reduzir o custo de vida no país, à medida que o poder de compra é uma das principais preocupações dos eleitores franceses, especialmente com o aumento da inflação de energia e alimentos. Ela é impulsionada também por uma base que vê o atual presidente como um líder fraco.
Vendo a liderança diminuir, Macron tratou de atacar a opositora e, nesta sexta-feira, 8, a acusou de mentir a eleitores para conseguir apoio.
“Os princípios (de Le Pen) não mudaram: é um programa racista que busca dividir a sociedade”, dise o presidente ao Le Parisien. “Há uma estratégia clara de esconder os pontos mais brutais”.