Se uma nova votação fosse realizada hoje, 59% dos eleitores britânicos votariam para permanecer na União Europeia, contra 41% que escolheriam o Brexit, indicou pesquisa de opinião publicada nesta quarta-feira (5). O levantamento foi publicado em um relatório acadêmico organizado pelas organizações de pesquisa NatCen e The UK in a Changing Europe.
Esse é o maior apoio para permanecer na União Europeia registrado em uma série de cinco pesquisas do tipo realizadas desde o referendo de 2016.
Na votação oficial, em 23 de junho de 2016, 17,4 milhões de eleitores (ou 51,9% dos votos) escolheram deixar a União Europeia, enquanto 16,1 milhões de pessoas (48,1%) disseram querer permanecer no bloco.
Impasses
A primeira-ministra do Reino Unido, Theresa May, reafirmou nesta quarta-feira sua estratégia de manter as negociações com a União Europeia para garantir um acordo favorável ao país na separação do país do bloco.
Durante sessão na Câmara dos Comuns do Parlamento, May enfatizou que não haverá uma nova votação popular sobre o tema, enquanto a oposição tem pressionado por um plebiscito e também criticado a estratégia do governo conservador.
A premiê voltou a enfatizar, contudo, que é preciso chegar a uma solução favorável para o país, que preserve empregos e a economia britânica. “Assinar um acordo a qualquer custo seria negativo para o povo britânico e para os empregos”, argumentou ela, complementando que deseja evitar uma fronteira rígida entre a Irlanda e a Irlanda do Norte.
May também voltou a afirmar o prazo de 29 de março de 2019 para a saída da UE, mesmo com o cronograma ficando apertado, já que é preciso fechar um acordo com a UE e ainda conseguir que o documento seja aprovado a tempo pelo Legislativo britânico.
A oposição criticou duramente no Parlamento os riscos de o Reino Unido abandonar a UE sem um acordo, o que segundo os oposicionistas seria desastroso para a economia local.
Questionada sobre o risco de uma fuga de empresas do país se não houver sucesso na negociação com a UE, May disse que o Reino Unido continua a receber investimentos diretos e negou o risco de uma debandada apontado pela oposição.
(Com Reuters e Estadão Conteúdo)