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Petroleira estatal PDVSA demite mais de 100 pessoas por recusa de apoiar Maduro

Funcionários denunciaram terem sido obrigados a participar de manifestações pró-regime, além de serem sujeitados a monitoramento nas redes sociais

Por Da Redação Atualizado em 21 ago 2024, 23h00 - Publicado em 21 ago 2024, 16h03
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  • Sindicatos e trabalhadores na Venezuela denunciaram nesta quarta-feira, 21, que, desde as eleições presidenciais no mês passado, que reelegeram Nicolás Maduro em meio a acusações de fraude, mais de 100 funcionários da estatal de petróleo PDVSA foram forçados a pedir demissão devido às suas opiniões políticas. Segundo os depoimentos, o alto escalão da empresa os instruiu a participar de manifestações pró-chavismo e monitorou suas contas nas redes sociais para identificar apoiadores da oposição, que segundo contagens independentes venceu o pleito.

    Fontes ouvidas pela agência de notícias Reuters disseram que cerca de 100 funcionários administrativos foram demitidos na sede da PDVSA, em Caracas. Além disso, mais de 30 pessoas na divisão leste da empresa, responsável pela maior parte da produção de petróleo da Venezuela, foram forçadas a abandonar seus cargos.

    “Esta é uma retaliação política contra numerosos trabalhadores que no mais recente processo eleitoral se manifestaram contra Maduro”, disse o líder sindical José Bodas em comunicado.

    Repressão a dissidências

    De acordo com fontes da petrolífera, quem não apoiou Maduro ou questionou os resultados oficiais da votação estão sendo convocados ao departamento de recursos humanos e obrigados a assinar uma carta de demissão. Além da empresa, o Ministério do Petróleo afastou ao menos oito funcionários por pressão política.

    A situação pode agravar ainda mais a escassez de funcionários na PDVSA, onde a falta de trabalhadores qualificados em diversas operações resultaram em uma queda significativa na produção de petróleo – uma fracção do que era há uma década. O Ministério do Petróleo da Venezuela e a empresa não se pronunciaram sobre as denúncias.

    No dia 29 de julho, o Conselho Nacional Eleitoral (CNE), órgão ligado ao chavismo, proclamou a vitória de Maduro nas eleições. No entanto, não apresentou dados desagregados por mesa de votação que comprovassem o suposto resultado de 51% dos votos ao líder bolivariano e 44% para seu maior rival, Edmundo González Urrutia. Contudo, segundo os cálculos da oposição, que conseguiu obter mais de 80% das atas eleitorais apesar dos entraves do regime, e contagens independentes, González teria obtido ao menos 67% dos votos contra 33% votos de Maduro.

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