O Palácio do Planalto confirmou nesta terça-feira, 30, que cerca de 25 militares de baixa patente da Venezuela pediram asilo à embaixada brasileira em Caracas e foram recebidos pelo Brasil. O governo do presidente Jair Bolsonaro não revela, por enquanto, a identidade dos militares que foram acolhidos. A decisão de recebê-los foi do próprio Bolsonaro.
Nesta terça, o líder oposicionista e autoproclamado presidente da Venezuela, Juan Guaidó, iniciou uma movimentação para derrubar o ditador venezuelano, Nicolás Maduro. Cercado por militares, Guaidó diz ter apoio das Forças Armadas para acabar com o regime de Maduro. O ditador, contudo, também sustenta ter respaldo da cúpula militar.
Embora a leitura inicial das deserções em Caracas fosse de que autoridades militares começariam a se desgarrar de Nicolás Maduro, o que reforçaria a posição de Gaidó, fontes do Planalto ressaltam que não há dados concretos sobre novos atos do tipo.
A situação ainda está muito instável, conforme relatou uma fonte no governo Bolsonaro. Daí a cautela em se afirmar que melhorou a situação de Guaidó. Mais cedo nesta terça, o general Augusto Heleno, ministro do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República, disse a VEJA que a adesão militar e popular ao presidente autoproclamado da Venezuela não foi expressiva.
Após uma reunião de emergência convocada por Jair Bolsonaro para o início da tarde, uma espécie de gabinete de crise foi montado no Planalto para acompanhar de perto a situação e repassar as informações ao presidente. Também participaram da reunião Augusto Heleno, o vice-presidente Hamilton Mourão, o ministro da Defesa, Fernando Azevedo e Silva, e o ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo.