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Polícia argentina faz buscas em casas de Cristina Kirchner

Ex-presidente e atual senadora é suspeita de comandar o esquema de corrupção conhecido como 'Escândalo dos Cadernos'

Por Da Redação
Atualizado em 30 jul 2020, 20h11 - Publicado em 23 ago 2018, 18h27
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  • Com a autorização do Senado, a polícia argentina realizou nesta quinta-feira (23) ações de busca e apreensão em duas das três residências da ex-presidente argentina Cristina Kirchner. A atual senadora é acusada de liderar o “Escândalo dos Cadernos”, uma rede de corrupção que envolveu empresários e autoridades interessados em contratos de obras públicas.

    O apartamento de Kirchner na esquina das ruas Juncal e Uruguai, no bairro da Recoleta, em Buenos Aires, foi revistado por mais de uma dúzia de policiais, por ordem do juiz federal Claudio Bonadio, no final da manhã. Vários cães policiais acompanharam a operação. Por volta das 14h, a ação de busca e apreensão foi repetida em sua casa em Río Gallegos, em Santa Cruz. Ainda não começou a operação na sua terceira propriedade, em El Calafate, na mesma província.

    A operação policial em Buenos Aires foi acompanhada pelo advogado de Cristina Kirchner, Carlos Beraldi. “Estamos diante de uma farsa. Vamos pedir a anulação de todo o procedimento e um processo político contra o juiz”, afirmou. “Bonadio não está cumprindo com o que disse o Senado. Começaram pela filmagem, e se comportam de maneira ilegal”, completou, referindo-se aos policiais.

    O Senado proibira gravações dos procedimentos, em respeito à privacidade da ex-presidente. Mas as imagens não teriam sido gravadas pela polícia, mas sim pela imprensa. Drones de meios de comunicação argentinos filmaram o prédio, aproximaram-se dos últimos andares, onde vive Cristina Kirchner, e mostraram a concentração de pessoas em frente ao edifício.

    Do lado de fora, manifestantes contrários a Kirchner e seus apoiadores dividiram os espaços, sem incidentes. O trânsito fluiu normalmente.

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    Cristina Kirchner é suspeita de comandar um esquema de corrupção que teria envolvido 160 milhões de dólares – o pagamento de empresários para vencer licitações de obras públicas entre 2005 e 2017. A atual senadora governou o país entre 2007 e 2015. Ela era primeira-dama entre 2005 e 2007.

    A investigação tem como base as anotações de um ex-motorista do Ministério do Planejamento, que registrou todas as suas movimentações para buscar e entregar malas e sacolas de dinheiro. O esquema envolve também Julio de Vido, ministro de várias pastas dos governos de Néstor e de Cristina Kirchner.

    Embora os críticos de Kirchner tenham afirmado que a incursão nas suas residências serão inúteis neste momento, alguns senadores disseram que será possível identificar visualmente os locais onde as sacolas com dinheiro teriam sido guardadas.

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    Kirchner nega ter cometido qualquer delito e acusa o juiz Bonadio de agir conforme os interesses do atual presidente argentino, Mauricio Macri. Cristina Kirchner responde por outros processos judiciais, entre os quais o de encobrimento dos iranianos responsáveis pelo atentado contra a associação judaica Amia, em 1994.

     

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