A polícia do Reino Unido está enfrentando críticas pela forma como lidou com os protestos contra a monarquia durante a cerimônia de coroação do rei Charles III em Londres, no sábado, 6. Ao todo, cerca de 64 pessoas foram presas, das quais quatro foram acusadas de crimes.
Críticos acusaram a corporação de ter uma abordagem pesada em relação aos manifestantes. Vários legisladores da oposição e grupos de direitos humanos também condenaram as ações da polícia.
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Entre os presos estava Graham Smith, o chefe-executivo do Republic, um dos maiores grupos contra a monarquia do Reino Unido. Em entrevista à BBC Radio 4, ele afirmou que as alegações de que as prisões eram necessárias eram “vergonhosas”.
“Eles nos pararam porque a lei foi introduzida, apressada na semana passada, para dar poderes para eles nos deterem sob qualquer pretexto esfarrapado”, disse Smith.
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A visão também foi defendida por políticos. O legislador trabalhista Chris Bryant postou no Twitter no último sábado, 6: “A liberdade de expressão é o fio de prata que atravessa uma monarquia constitucional parlamentar”.
Jess Phillips, também parlamentar trabalhista, disse que “nossa nação e nosso rei não são tão frágeis a ponto de não serem capazes de receber protestos inofensivos de uma visão diferente”.
A diretora da Human Rights Watch no Reino Unido, Yasmine Ahmed, descreveu as ações da polícia como alarmantes e “algo que você esperaria ver em Moscou, não em Londres”.
Por outro lado, uma ministra sênior do governo do Reino Unido defendeu as ações da polícia, afirmando que os agentes tiveram que fazer “chamadas duras”. A secretária de Cultura do Reino Unido, Lucy Frazer, disse que, embora o direito de protestar continue sendo “muito importante” em uma democracia, as táticas dos manifestantes mudaram nos últimos anos para interromper as pessoas em suas vidas diárias, e o papel da polícia era equilibrar o direito de protestar com a supervisão do evento.
Em comunicado, a polícia disse que as prisões foram “por vários delitos, incluindo violação da paz e conspiração para causar perturbação da ordem pública”, incluindo “ofensa agravada religiosamente”, “posse de drogas”, “conspiração para causar perturbação da ordem pública”, “violação da paz” e “ofensa à ordem pública agravada pela raça”. Defendendo a corporação, a comandante Karen Findlay disse que a polícia também “tem o dever de intervir quando o protesto se torna criminoso e pode causar sérias perturbações”.
As pesquisas mostram que Charles é menos popular do que sua mãe, a rainha Elizabeth II, a segunda monarca com reinado mais longo do mundo. Segundo o YouGov, em 2012, 80% do público disse que a realeza era boa para o Reino Unido, mas esse número caiu agora para 58%.
Mesmo com a queda da popularidade da monarquia, contudo, os protestos republicanos são relativamente pequenos e a maioria dos britânicos ainda quer uma família real.
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A coroação reuniu milhares de pessoas para celebrar a ocasião única em uma geração. Dentro das multidões, também estavam manifestantes com camisas amarelas vaiando e gritando “não é meu rei” durante toda a manhã.
De acordo com a agência de notícias britânica PA Media, membros do grupo de ativistas ambientais Just Stop Oil também foram presos fora do Palácio de Buckingham. A agência ainda relatou que um grande grupo de manifestantes foi visto algemado.